terça-feira, dezembro 23, 2008

Descoberto maior conjunto de moedas de ouro do período Bizantino

"Arqueólogos britânicos descobriram 264 moedas de ouro com 1300 anos, nas antigas muralhas de Jerusalém, debaixo de um parque de estacionamento, revelaram hoje as Autoridades Israelitas", diz a Reuters, citada pelo Público.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

O Império Bizantino

Diz-se que o Império Bizantino foi constituído quando a cidade de Constantinopla, a Nova Roma, foi fundada em 324 d. C., e que terá terminado quando a mesma foi tomada pelos turcos otomanos em 1453.
O império Bizantino tem portanto uma duração de treze séculos e divide-se em pelo menos três grandes períodos: Inicial, Médio e Tardio.
O Período Inicial prolongou-se até ao século VII, ou seja, até à ascensão do Islão e à instalação definitiva dos árabes, ao longo da costa sul e este do Mediterrâneo, durante o reinado de Heraclio, o Grande. De acordo com Miguel Pselo (escritor bizantino), Heraclio encontra-se pela primeira com Mohammed, chefe tribal dos sarracenos, no regresso da sua bem sucedida expedição contra os persas. Mohammed viera de Yathrib e pede-lhe autorização para fundar uma colónia, ao que Heraclio acede, mais tarde o Mohammed organizará um primeiro exército, fará uma primeira incursão à Síria e depois começará a devastar território romano.
O Período Médio dura até à ocupação da Ásia Menor pelos turcos, nos anos de 1070 ou, menos provavelmente, até à tomada de Constantinopla pelos cruzados, em 1204.
O Período Tardio é o tempo que medeia a partir de um destes términos até 1453.
Na realidade e como é evidente, como afirma Cyril Mango, “o império Bizantino nunca existiu. Existiu sim um Estado Romano que tinha por centro Constantinopla. Os seus habitantes apelidavam-se Romaioi, ou simplesmente cristãos”. Um homem era referido como byzantios apenas se fosse oriundo de Constantinopla. Os europeus ocidentais, os bizantinos eram conhecidos como Graeci, uma vez que romanos assumia uma conotação completamente diferente.
O termo Byzantinus para referir o Império e os seus habitantes só começa a ser utilizado no Renascimento.
O Período Inicial é, de longe, o mais importante, uma vez que é aquele que pertence à Antiguidade e que geograficamente engloba bacia mediterrânica. O Império Romano ainda se estendia de Gibraltar ao Eufrates, enfrentando o seu inimigo de sempre, a Pérsia sassânida.
Também a nível cultural o período inicial se destaca dos restantes. É nesta época que o cristianismo é integrado na tradição greco-romana, que se define o dogma cristão, estabelecendo as estruturas da vida cristã e que se procedeu à criação de uma literatura e arte cristãs.
É difícil avaliar a ruptura ocorrida no séc. VII, a começar pela invasão persa no início do século e a culminar na expansão árabe, cerca de trinta anos mais tarde. Uma série de infortúnios veio privar o império das suas províncias mais prósperas – a Síria, o Egipto, a Palestina e, mais tarde, o Norte de África.
Este colapso marca o fim da civilização urbana da Antiguidade. A catástrofe que foi o séc. VII tornou-se o acontecimento central da história bizantina.
Da mesma forma que para a Europa Ocidental a imagem da Roma Imperial domina toda a sua Idade Média, também a sombra do império cristão de Constantino, Teodósio e Justiniano permanece para o Império Bizantino como paradigma a atingir mas que, pressentia-se, seria sempre inalcançável.
Embora o mundo do Islão tivesse recebido a herança de Roma e também da Pérsia e, reunindo um vasto mercado comum que se estendia desde Espanha até aos confins da Índia, tivesse produzido uma civilização urbana dotada de uma vitalidade extraordinária, ainda assim, o Império Bizantino, apesar de excluído das maiores rotas de comércio internacional, e constantemente hostilizado pelos seus inimigos, foi capaz de mostrar uma grande dinâmica e ir recuperando alguns territórios perdidos.
A influência bizantina, pautada por alguma actividade missionária, irradiou até à Morávia e ao Báltico. Esta é a resenha do período médio bizantino.
A partir de 1180 (Período Tardio), o Império Bizantino começou a desmoronar-se a todos os níveis.
O contexto geográfico do império sofreu sempre constantes mutações. Importa sublinhar com veemência que nunca existiu tal coisa como uma “nação bizantina”.
À primeira vista, o conjunto de material escrito que nos foi legado por Bizâncio parece considerável mas a primeira coisa com que nos deparamos é a ausência de registos documentais e arquivísticos.
Possuímos, igualmente, uma quantidade pequena de papiro referente a Ravena, que era uma parte do Império mais marginal. Quanto ao restante resume-se a alguns arquivos monásticos pertencentes, na sua maioria, ao monte Atos e ao sul de Itália, e outros dois ou três à Ásia Menor. Isto significa que não é possível construir uma história significativa da economia do Império.
O material que temos à nossa disposição poderá ser considerado, na sua maioria, literário, na medida em que foi preservado em livros manuscritos. Apenas o material da Grécia perfaz cerca de cinquenta mil manuscritos que ainda permanecem em várias bibliotecas, remontando cerca de metade desse número à época medieval. Estes textos apresentam, estranhamente, uma qualidade opaca e, quanto mais elegante o seu registo, mais opacos se tornam. E se considerarmos o enorme volume de literatura bizantina no seu todo, chegaremos à conclusão que a realidade está distorcida.

Bibliografia: Mango, Cyril, Bizâncio, O Império da Nova Roma, Edições 70, Lisboa, 2008.
Kazhdan et alii (eds.), The Oxford Dictionary of Byzantium, Vol. I, Oxford University Press, New York, 1991.

domingo, dezembro 07, 2008

Reino Unido preocupado com o ensino do Latim

Nos últimos anos, o número de professores de Latim tem vindo a diminuir drasticamente no Reino Unido, a ponto de a Casa dos Lordes do Parlamento ter demonstrado preocupações a esse respeito, pois começa a ser cada vez mais claro que não vai haver professores suficientes para assegurar o ensino desta língua dentro de pouco tempo. Lord Faulkner demonstrou ainda preocupações acerca da alta percentagem de escolas que não ensinam Latim, apesar de este número ter vindo a aumentar. Já para o ano vai haver um estudo sobre a introdução do Latim nos currículos de línguas. É a notícia da BBC que a seguir se lê:

A decline in the number of Latin teachers poses a serious threat to the teaching of the language in schools, peers have been told.

Lord Faulkner of Worcester said he was concerned the number of Latin teachers leaving the profession each year was far outnumbering those being trained.

He urged the government to give Latin the same priority in the curriculum as modern languages to reverse this trend.

Ministers said modern languages were their priority at primary school level.

Important subject

For every 35-40 new Latin teachers entering the profession every year, more than 60 were either retiring or opting to do something else, Labour peer Lord Faulkner said in the House of Lords.

He also expressed dismay about the 85% of state schools he said did not currently teach Latin at all.

"Isn't it time that Latin was reclassified as an official curriculum language and given the same encouragement as other languages?" he told peers.

Where individual schools could not offer Latin, ministers should urge local education authorities to include the subject somewhere on their curriculum.

For the government, Baroness Morgan of Drefelin said Latin was an "important subject" and a valuable tool in helping people learn a broad range of other languages.

She said it was "worrying" if a growing number of teachers were exiting the profession, for whatever reason, every year.

The number of non-selective state schools offering Latin had doubled since 2000, she said, while there would be a consultation on Latin's inclusion in the languages diploma next year

But she stressed: "It is for schools to decide whether it should be included in the curriculum."

Figures published earlier this year showed the number of non-selective state secondary schools in England teaching Latin rose from 200 in 2000 to 471 last year.

But education specialists have expressed concerns that the rise in pupils learning the language is limited to Key Stage 3 pupils aged 12-14 and is not mirrored at GCSE and A-level.

There are also concerns about a continuing shortage in the number of postgraduate teaching colleges offering Latin courses.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Capadócia

Cento e quarenta mil guerreiros de Mitrídates do Ponto
- cavalaria, archeiros, lanças, espadas, elmos, escudos -
entram num território estrangeiro que se chama Capadócia.
O exército estende-se por muitos quilómetros. Os cavaleiros lançam
olhares lúgubres, agoirentos, em redor. Envergonhado da sua nudez,
o espaço sente que, a cada passo dos homens, o longe
se transforma no perto. Especialmente as montanhas, cujos
cumes - igualmente cansados de auroras
vermelhas, crepúsculos roxos, nuvens grossas -
ganham mais agudeza, senão nitidez, com
os olhares penetrantes dos estrangeiros. Visto de longe,
o exército parece um rio que serpenteia entre os penedos,
cujas nascente faz o que pode para não ficar muito atrás da foz,
que, por seu turno, olha de vez em quando para trás, para a nascente.
E o terreno, à medida que o exército avança para oriente,
reflectido no espelho das águas daquele rio de homens, de coisa estranha

transforma-se, por um momento, num impassível, sublime pano de fundo
da história. Trepida o solo com o estrépito de sapatas ferradas, ressoam pragas
armaduras chocalham, os estribos batem contra as espadas,
há gritaria, as lanças são floresta. De repente, o batedor puxa as rédeas
ao cavalo e estaca, pregado ao solo: realidade ou alucinação?
Ao longe, ocupando todo o campo, dum lado ao outro do planalto,
estão as legiões de Sula. Sula, esquecendo Mário,
trouxe aqui as legiões para tirar a limpo a quem,
apesar do selo da lua invernal,
pertence a Capadócia. Tendo feito alto, o exército,
toma posição para a batalha. O pedregoso planalto
parece pela última vez um lugar onde nunca ninguém morreu.
Fogueiras, gargalhadas. Cantam "A raposa caíu na armadilha".
O rei Mitrídates, reclinado numa laje lisa, tem em sonhos
uma visão irresistível: um corpo nu, seios, os húmidos caracóis da nuca.

(....)

Iosif Brodskii

Ilíada para jovens

O tradutor da Ilíada, da Odisseia, entre outros, autor dos recém-editados Novos Ensaios Helénicos e Alemães, Frederico Lourenço tinha já adaptado a Odisseia para jovens. Os Livros Cotovia anunciam agora para breve a adaptação da Ilíada para jovens feita pelo mesmo autor.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Colóquio Sociedade e Poder no tempo de Ovídio

Recorda-se, através da citação de informação recebida do Centro de História da Universidade de Lisboa, o colóquio a realizar nos próximos dias 11 e 12 deste mês:
O Centro de História da Universidade de Lisboa, através da sua linha investigação Mundo Antigo e Memória Global, em colaboração com o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, vem por este meio divulgar o Colóquio Sociedade e Poder no tempo de Ovídio. A assinalar o bimilenário do «exílio» de Ovídio, coordenado pelos Professores Nuno Simões Rodrigues e Maria Cristina de Sousa Pimentel, e que se realizará nos próximos dias 11 e 12 de Dezembro, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A entrada no Colóquio é livre, destinando-se a inscrição, no valor de EUR 5, à obtenção do certificado de presença. Em anexo seguem cartaz de divulgação e desdobrável com o programa e boletim de inscrição. Para qualquer informação, queiram por favor contactar o secretariado do Colóquio, através do email centro.historia@fl.ul.pt.

O programa definitivo encontra-se aqui.

domingo, novembro 30, 2008

cartaz

«Morto buscava a Madalena a Cristo na sepultura, e a perseverança e amor com que insistiu em o buscar morto, foi causa de que o Senhor lhe enxugasse as lágrimas e se lhe mostrasse vivo. Grande exemplar temos entre mãos! Assim como a Madalena, cega de amor, chorava às portas da sepultura de Cristo, assim Portugal, sempre amante de seus reis, insistia ao sepulcro de el-rei D. Sebastião, chorando e suspirando por ele; e assim como a Madalena no mesmo tempo tinha a Cristo presente e vivo, e o via com seus olhos e lhe falava e não o conhecia, porque estava encoberto e disfarçado, assim Portugal tinha presente e vivo a el-rei nosso senhor, e o via e lhe falava e não conhecia. Porquê? - Não só porque estava, senão porque ele era o encoberto
Sermão dos Bons Anos, IV

sábado, novembro 29, 2008

A conquista de Tebas segundo Gus van Sant

I conquered Thebes.
When?
[Inhales deeply] Two weeks ago.
How'd you do it?
Well, I got…I did more than that, actually.I said to Gerry…[Clears throat]”I ruled this land for 97 years, and…" “…and I'd like it.”I had all the sanctuaries built, and then I…This hot lava leaked out of a volcano and half destroyed my sanctuary to Demeter, I guess it was.And…But I didn't have the marble to rebuild, like, the sculptures and that to fix the sanctuary. I had all these docks too, like, Calydon and Argos and…I had everything.Everything.I was trading with, like, 12 cities and… I had a really good army.But the river had just flooded. And it flooded out,like, four of my docks, and I couldn't import the marble to rebuild the sanctuary. Demeter got pissed off, and she made my fields infertile. And then…So I couldn't grow the grass. I couldn't grow the wheat to feed the horses. And there was no…I couldn't…And there was nowhere for the Stephens to graze.And some of my people were growing hungry and restless, and then…And I couldn't trade because the rivers had flooded.And so, Knossos, one of my vassals,got really upset with me and turned against me.And they… attacked me.And because I couldn'ttrain any sheep'cause I didn't have the wheat.I didn't have…I didn't have a, um, a…
You couldn't train sheep?
I couldn't train the horses because I didn't have wheat.And so when they attacked me,they just dogged me. And I actually went to send my army out to defend the city, and you can only send them out if you have 12 trained horses,and I had 11.So I was one horse shy…of almost saving my city.
So then you didn't really…

Oh, I had just conquered Thebes, and then that happened.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Há 2016 anos, morria o poeta Quinto Horácio Flaco.

Horácio foi "uma das mais brilhantes figuras literárias do século de Augusto", tendo desde cedo na nossa literatura influenciado diversos autores nacionais (este influxo ficou conhecido por horacianismo). "Esta influência exerceu-se, quer pela leitura directa do texto das Odes, quer pela doutrinação estética derivada da Epístola aos Pisões (...). Pode datar-se historicamente o culto pela lírica horaciana do surto erudito que leva à redescoberta das literaturas antigas e se integra no movimento geral do Renascimento." "Com o surto do Romantismo, a voga do vate latino parece entrar no seu declínio, mas não sem que surjam ainda alguns autores cuja obra é como um fruto tardio no meio das modas literárias do tempo." "A sensibilidade moderna ainda pode vibrar à leitura do texto latino e um dos nossos poetas mais intelectualizados, Fernando Pessoa, atinge no livros das Odes (...) uma sóbria e marmórea disciplina formal, em que se evidencia uma profunda assimilação dos valores estéticos, verbais e rítmicos, do horacianismo". Luís de Sousa Rebelo, A Tradição Clássica na Literatura Portuguesa (Lisboa: Livros Horizonte, 1982), 106, 109, e 110.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Saiu o 2.º volume das Metamorfoses

Está à venda nas boas livrarias o segundo volume das Metamorfoses de Ovídio, traduzidas por Domingos Lucas Dias (Professor da Universidade Aberta e um dos tradutores do De Trinitate, de Santo Agostinho, equipa essa recentemente galardoada com o prémio de tradução científica e técnica União Latina/FCT). Sobre o primeiro volume e as impressões que me causou, ver este texto.

O segundo volume tem as mesmas características do primeiro: bilíngue (os erros que apontei no latim foram corrigidos) e notas explicativas, sendo ainda notável a fluidez literária e literal do texto ovidiano. O livro, de 24,15€, editado pela Vega, tem ainda posfácio, índice temático, índice remissivo para os dois volumes (algo que faltava no primeiro e é agora suprido), e uma linda capa azul.

Aproveito para recordar que irá realizar-se nos dias 11 e 12 de Dezembro, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o colóquio Sociedade e Poder no Tempo de Ovídio (promovido pelo Centro de História da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra).

sexta-feira, novembro 21, 2008

Porquê estudar latim e grego?

À TSF vai Isaltina Martins, presidente da associação de professores de Latim e Grego:

15h-16h [esta semana o programa termina às 16h]: que sentido tem, hoje, aprender latim e grego? Há um evidente - porque comensurável - desinteresse pela aprendizagem destas duas línguas que passaram de moda, o que se reflecte no encerramento de cursos superiores e no cada vez menor número de alunos no secundário.

É com este contexto que vem ao programa Isaltina Martins, professora de latim na Escola Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, e presidente da Associação de Professores de Latim e Grego.

Ao longo do programa vamos ouvir alunos do secundário e da universidade que estudam latim e grego.

Mais Cedo ou Mais Tarde, hoje, depois das 3h da tarde na TSF. Pode ser ouvido mais tarde aqui e em podcast.

 

quinta-feira, novembro 20, 2008

Europa ligada pela cultura

Europeana está em linha acessível ao público.
Notícia Lusa, via Público.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Um clássico revisitado

(Ignorar por favor os fins publicitários e de incentivo ao consumo.)

Os últimos 10 anos

Está patente a partir de hoje e até 6 de Dezembro, na Sala de Referência da Biblioteca Nacional, uma mostra bibliográfica evocativa dos livros publicados em Portugal nos últimos 10 anos sobre o Padre António Vieira (edições literárias incluídas). No sítio da Biblioteca, lê-se:

No âmbito das Comemorações do IV Centenário do Nascimento do Padre António Vieira (1698-2008) e do Congresso Internacional alusivo à efeméride promovido conjuntamente pelo Centro de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pelo Centro de Estudos de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e pela Cúria Provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus, a realizar entre 18 e 21 de Novembro, a Biblioteca Nacional de Portugal associa-se às celebrações através da organização de uma mostra evocativa.

A presente iniciativa vem dar continuidade às comemorações do Terceiro Centenário da Morte do Padre António Vieira, ocorridas em 1997, em que esta Instituição participou, designadamente com a organização de uma exposição, a edição crítica do Livro III da Clavis Prophetarum (Chave dos Profetas) e a publicação de um catálogo que contemplou, de forma exaustiva, a bibliografia activa e passiva do Padre António Vieira até então produzida.

As obras que integram esta mostra são as mais relevantes que, entre 1998 e 2008, foram editadas em Portugal e no estrangeiro, encontrando-se integradas nas colecções da BNP ou em colecções particulares. No próximo ano, proceder-se-á à publicação de uma adenda que actualizará o referido catálogo, bem como à publicação de mais dois livros da Chave dos Profetas.

Resta-me adicionar que a Chave dos Profetas foi e continua a ser traduzida pelo Professor Arnaldo do Espírito Santo e que o volume entretanto publicado (em edição bilíngue pela Biblioteca Nacional) venceu o prémio de Tradução Científica e Técnica FCT/União Latina 2001.

Councils ban use of Latin terms

Porque há quem possa confundir "por exemplo" (e.g.) com "ovo" (egg), no Reino Unido há quem queira proibir o uso de expressões latinas em documentos oficiais. Notícia da BBC:
A number of local councils in Britain have banned their staff from using Latin words, because they say they might confuse people.
Several local authorities have ruled that phrases like "vice versa", "pro rata", and even "via" should not be used, in speech or in writing.
But the ban has prompted anger among some Latin scholars.
Professor Mary Beard of Cambridge University said it was the linguistic equivalent of ethnic cleansing.
Some local councils say using Latin is elitist and discriminatory, because some people might not understand it - particularly if English is not their first language.
Bournemouth Council is among those which have discouraged Latin. It has drawn up a list of 18 Latin phrases which its staff are advised not to use, either verbally or in official correspondence.
The council denies that it places a ban on Latin words.
A council spokesman said: "We advise against using certain words, particularly when staff are writing to those whose first language may not be English.
"The advice is intended as a guide only, not a direction."
However, the council's Plain Language Guide lists Latin under the heading "Things To Avoid".
Other local councils have banned "QED" and "ad hoc", while other typical Latin terms include "bona fide", "ad lib" and "quid pro quo".
But the move has been welcomed by the Plain English Campaign which says some officials only use Latin to make themselves feel important.
A Campaign spokesman said the ban might stop people confusing the Latin abbreviation e.g. with the word "egg".

Ouvir Peter Jones no programa Today, da BBC Radio 4.

terça-feira, novembro 18, 2008

Argos

Argos, de olhos erguidos para o céu, gemia; torrentes rolavam-lhe pelo rosto, não só de água mas (soube-o depois) de lágrimas. "Argos", gritei, "Argos!"
Então, com mansa admiração, como se descobrisse uma coisa perdida e há muito esquecida, Argos balbuciou estas palavras: "Argos, cão de Ulisses". E depois, sempre sem me olhar: "Esse cão atirado para o esterco."
Facilmente aceitamos a realidade, talvez por intuirmos que nada é real. Perguntei-lhe o que sabia da Odisseia. A prática do grego era-lhe penosa; tive de repetir a pergunta.
"Muito pouco", disse. "Menos que o mais pobre dos rapsodos. Já se terão passado mil e cem anos desde que a escrevi."

Jorge Luís Borges, "O Imortal", O Aleph

segunda-feira, novembro 17, 2008

I Curso Livre Sexualidade & História

Dando continuidade à investigação da temática iniciada pelo congresso sobre a Sexualidade no Mundo Antigo, o Centro de História da Universidade de Lisboa (CHUL) promove o I Curso Livre Sexualidade & História, coordenado pelos Professores António Ventura e Nuno Simões Rodrigues. Eis algumas informações (dadas pelo CHUL) sobre o evento:
O Curso consta de dez sessões, abrangendo uma ampla diacronia e uma multiplicidade de abordagens, e decorrerá semanalmente, todas as quartas-feiras, das 18h às 20h, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo o seu início a 7 de Janeiro de 2009 e término em 11 de Março de 2009. A inscrição importa no valor de 100 EUR, sendo de 80 EUR para alunos da Faculdade de Letras.

Calendário e títulos das sessões:
7 de Janeiro: “Roma e a sua Moral da violação”, pelo Prof. Doutor Júlio Machado Vaz.
14 de Janeiro: “Na Pré-História do sexo: entre a natureza e a cultura”, pelos Prof.s Doutores João Pedro Ribeiro e Mariana Diniz.
21 de Janeiro: “Assim na terra como no céu: a sexualidade no Antigo Egipto”, pelo Prof. Doutor Luís Manuel de Araújo.
28 de Janeiro: “A sexualidade no Oriente pré-clássico e bíblico”, pelos Professores Doutores José Augusto Ramos e Francisco Caramelo.
4 de Fevereiro: “Eurídice é morta. Parafilias e suas representações na mitologia grega”, pelo Prof. Doutor Nuno Simões Rodrigues.
11 de Fevereiro: “O corpo e a sexualidade: entre Mouros e Cristãos”, pela Prof.ª Doutora Maria Filomena Lopes de Barros.
18 de Fevereiro: “Sexualidade na Idade Média: o «fruto permitido» e o «fruto proibido»”, pela Prof.ª Doutora Ana Maria Rodrigues.
25 de Fevereiro: “Filhos da castidade e do pecado. Afectividade e enjeitamento na antiga sociedade portuguesa”, pela Prof.ª Doutora Maria de Fátima Reis.
4 de Março: “De Eva a Dánae: representações da sexualidade na Arte”, pelos Prof.s Doutores Vítor Serrão e Luís Urbano Afonso.
11 de Março: “Sexualidade na época contemporânea: literatura licenciosa portuguesa dos séculos XVIII e XIX”, pelo Prof. Doutor António Ventura.

domingo, novembro 16, 2008

Mensagem Telegráfica

Dia 7. Igreja de S. Roque. Às 19 h.
Luís Miguel Cintra dirá um sermão de padre António Vieira.
Entrada Livre.

sábado, novembro 15, 2008

Brevíssimo curso de literatura grega e latina


Já aqui se falou nisto, mas é sempre bom recordar: no âmbito das comemorações dos 20 anos da Cotovia, decorre amanhã o "Brevíssimo curso de literatura grega e latina", com Delfim Leão, Frederico Lourenço e Paulo Farmhouse Alberto. O evento tem lugar na sala Jorge de Sena do CCB, das 11h às 13h e das 15h às 17h.

Habemus magistrum

Quero dar os parabéns ao meu parceiro de blogue, o Ricardo, que é o mais recente Mestre em Estudos Clássicos da FLUL, e que desafio para nos deixar aqui um resumo da sua tese.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Roma no Google Earth

Poucas pessoas desconhecerão a ferramenta Google Earth, que permite ver o mundo a partir de imagens de satélite e, em alguns sítios, em três dimensões. Agora, um desses sítios 3D é a Antiga Roma, como noticiado pela BBC. A conhecer aqui.

sábado, novembro 01, 2008

Ilusão cultural

Cita-se, a partir do De Rerum Natura, o artigo que Helena Matos assinou no Público do dia 28 de Outubro. Os sublinhados são meus.
Até que a casa caia
Nos últimos anos, nos ensinos básicos e secundário, institucionalizou-se uma espécie de loucura pedagógica. As disciplinas onde se transmitem saberes foram perdendo importância. Se eram difíceis, tornavam-se fáceis ou dispensáveis, como agora se viu com a Matemática. Simultaneamente todos os dias se repetia (e repete!) que os conteúdos têm de ser apelativos, pois supostamente o ensino deve ser lúdico e os alunos devem aprender sem esforço. À conta desta política de promoção do sucesso, entra-se em Engenharia sem ter estudado Matemática e a disciplina de Química corre o risco de desaparecer no ensino secundário porque os alunos não a escolhem. Idem para o Latim e para a Filosofia. Adeus equações, declinações e pensamento racional. Estuda-se um bocadinho de Psicologia e o resultado é o mesmo. Uma vez na faculdade, logo se vê. E se os engenheiros ainda vão estudando Matemática durante o curso — embora não a suficiente, porque mais de metade dos licenciados pelos 316 cursos de Engenharia existentes em Portugal chumbam no exame que a Ordem dos Engenheiros exige para o exercício da profissão — no caso dos antigos cursos de Letras, transformados cada vez mais numa versão literária das antropologias e sociologias, corre-se o risco de ver desaparecer os departamentos de Estudos Clássicos.


Noutras disciplinas, como a Física, baixou-se o nível de exigência nos exames nacionais de modo a que as estatísticas melhorassem. Mesmo nas línguas estrangeiras a opção pelo que se acha mais fácil pode levar a que se troque o francês pelo espanhol. A memorização tornou-se uma expressão maldita e arreigou-se a convicção de que o saber nasce das entranhas das crianças num fenómeno equivalente à intervenção do Espírito Santo que fez dos Apóstolos poliglotas. Os desaparecidos Trabalhos Manuais e Oficinais deram lugar às doutas tecnologias e áreas disto e daquilo, sendo que nestas disciplinas os alunos tanto podem levar o ano a fazer caixinhas de papel tipo pasteleiro, pintar cartazes para salvar a água, estudar, com detalhe, nas etiquetas da roupa a simbologia do torcer e lavar a seco, confeccionar bolos com pouco açúcar ou usar abundantemente as teclas “seleccionar-copiar-colar” da sala dos computadores. E para quê queimar as pestanas a estudar Química? Não existe, em alternativa, uma panóplia de disciplinas muito mais fáceis que, diz o “pedagoguês”, desenvolvem “novas competências e dinâmicas de interactividade”? Quanto aos professores, sobretudo com o actual modelo de avaliação, é sem dúvida bem mais fácil e propiciador de sucesso na carreira ser “ensinante” de Área de Projecto, nas quais os alunos invariavelmente obtêm melhores resultados, do que meter mãos à tarefa de dar aulas de Física ou Matemática.


A degradação do ensino não começou com este Governo. O que este Governo trouxe de novo foi a capacidade de transformar essa degradação, que os anteriores procuravam negar, num sinal de modernidade e progresso. Entrar em Engenharia sem ter feito exame a Matemática deixa de ser uma aberração e passa a “inovação”. Os conteúdos não contam, o que conta é o embrulho tecnológico com que chegam às mãos dos alunos. O Ministério da Educação há muito que vive num universo de ficção. O que Maria de Lurdes Rodrigues conseguiu foi que assumíssemos que essa ficção é do domínio do grotesco e que já não nos indignemos com isso.


Devo ainda acrescentar que nas faculdades de Letras os cursos de literatura estão a ser substituídos por cursos de “ciências da cultura”… Mas não nos iludamos com a nomenclatura. O fim da interpretação e da reflexão sobre textos literários é o início dos estudos de abrangência falsamente cultural onde nada se aprofunda e de tudo pouco se sabe.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Conferência na FLUL


CÉSAR
A VIDA DE
UM COLOSSO

ADRIAN GOLDSWORTHY
Apresentação inicial Prof. Doutor José Varandas (FLUL/CHUL)
29 de Outubro de 2008 — 11h00
Anfiteatro II – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Entrada Livre


Organização:
Centro de História da Universidade de Lisboa
(Linha de Investigação Mundo Antigo & Memória Global)

sexta-feira, outubro 17, 2008

Túmulo de gladiador

Reproduzo a notícia da Discovery:
Italian archaeologists have discovered the tomb of the ancient Roman hero believed to have inspired Russell Crowe's character in the hit movie "Gladiator," Rome's officials announced on Thursday at a press conference.
Marble beams and columns, carvings and friezes first emerged from the Roman soil during construction work to build a residential complex in Saxa Rubra, not far from the headquarters of Rai, Italy's state-run television station.
According to Cristiano Ranieri, an archaeologist who led the excavation at the site, the huge fragments belonged to a monumental marble tomb built on the banks of the Tiber River at the end of the second century A.D.
"This is the most important ancient Roman monument to come to light for 20 or 30 years," Daniela Rossi, an archaeologist for the city of Rome, told reporters.

sábado, outubro 11, 2008

Bátrakhoi


Os Bátrakhoi - Grupo de Teatro de Clássicas regressam à actividade, depois de uma longa suspensão. Retomando o nosso lema: não tens jeito para o teatro? Nós também não! Junta-te a nós! As candidaturas (todas aceites!) deverão ser dirigidas a mim: asimoes@fl.ul.pt

quinta-feira, outubro 09, 2008

Trindade e Tópicos

Duas traduções de obras clássicas figuram entre as três laureadas com Prémio de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa – Fundação para a Ciência e a Tecnologia – União Latina – 2008, atribuído ex-aequo. São essas obras:

- De Trinitate, de Santo Agostinho, feita em edição bilíngue por Arnaldo do Espírito Santo, Cristina de Sousa Pimentel, João Beato, e Domingos Lucas Dias; a obra foi publicada nas Edições Paulinas. Arnaldo do Espírito Santo, Cristina Pimentel, e João Beato tinham já vencido o mesmo prémio pela tradução das Confissões, do mesmo autor medieval.

- Tópicos, de Aristóteles, com tradução da autoria de José António Segurado e Campos; a obra é publicada pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

A Tradição Mitográfica Portuguesa. Representações e Identidade. Séculos XVI-XVIII

quarta-feira, outubro 08, 2008

The Cambridge Companion to Greek Lyric


Vai sair (Abril de 2009).

domingo, outubro 05, 2008

Colóquio Internacional A Península Ibérica, o Magrebe e o Mediterrâneo e a Exposição O Sahara: Patrimónios, Arte e Memória,

Recebi por email a seguinte informação:

«Ex.mo(a) Senhor(a)
O Centro de História da Universidade de Lisboa vem por este meio divulgar o Colóquio Internacional A Península Ibérica, o Magrebe e o Mediterrâneo e a Exposição O Sahara: Patrimónios, Arte e Memória, organizados pelo Centro de História (no âmbito da sua linha de investigação em Modelos Identitários) em colaboração com o CIDEHUS (Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora), e coordenados pelo Prof. Doutor Hermenegildo Fernandes, investigador do C.H.U.L. O Colóquio, com o qual se pretende proceder ao lançamento do novo curso de mestrado O Sul Ibérico e o Mediterrâneo, leccionado entre a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a Universidade de Évora, visa discutir aspectos vários da história e da cultura das duas margens do Mediterrâneo Ocidental, incidindo sobretudo sobre a Antiguidade e a Idade Média, e contará com a participação de vários especialistas portugueses e argelinos de reconhecido mérito. O Colóquio terá lugar nos dias 13 e 14 de Outubro, no Anfiteatro III da Faculdade de Letras, e a Exposição decorrerá entre 13 e 31 do mesmo mês, no átrio da mesma instituição.»

segunda-feira, setembro 29, 2008

Festival Islâmico al-Mossassa - Marvão



Decorre em Marvão, de 3 a 5 de Outubro o Festival Islâmico al-Mossassa, celebrando assim a fundação do seu castelo, no século IX, por ibn Marwân, de quem tirou o nome.

عبد الرحمن بن مروان بن یونس

ʿAbdu r-Raḥmān bnu Marwān bnu Yūnus, também conhecido por "ibnu l-Jillīqī" (filho do Galego, designando "galego" qualquer habitante do Norte cristão) era um muwallad, um descendente de não muçulmanos, que, em 868, se revoltou contra o emir de Córdova, liderando um exército de moçárabes e muwallad. Um dos seus bastiões foi a vila de Marvão, cujo castelo construiu no cimo do monte, em cujo sopé se situou a cidade romana de Amaia.

programa é aliciante!

Villa romana de Santo André de Almoçageme

O Público de hoje traz dois artigos sobre a villa romana de Almoçageme, cujas escavações agora recomeçam, e para onde está em estudo um projecto de musealização.
«Enquanto os técnicos desenterram o que resta da villa, um projecto de musealização poderá levar à reconstrução de parte das ruínas na ponta mais ocidental do império romano.

Parece um puzzle para gente crescida. Os pequenos cubos cerâmicos vão sendo limpos com paciência. As tesselas, como se chamam as pedrinhas de várias cores, são depois colocadas nos espaços vazios do mosaico, que os técnicos do Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas (MASMO) estão a redescobrir na villa romana de Santo André de Almoçageme.
A villa romana de Santo André está classificada de interesse público. As ruínas à beira da estrada que liga Almoçageme ao Rodízio (Praia Grande) foram descobertas em 1905. A importância dos vestígios foi desde logo evidente, mas só em 1985, quando o proprietário do terreno pretendia construir uma moradia, o espaço foi intervencionado de forma exaustiva. (...)»

sábado, setembro 27, 2008

Escrita do Sudoeste

O caderno P2 do Público de ontem, dia 26, traz um extenso artigo sobre a escrita do Sudoeste, a propósito de um achado arqueológico efectuado por investigadores da Faculdade de Letras da UL.

O tesouro chegou-lhe no dia 5 de Setembro, quando encontraram ali, numa das ruas romanas do povoado arqueológico, uma estela funerária, depositada à sua espera estes anos todos, com uma das inscrições mais completas e bem conservadas da chamada escrita do Sudoeste.
"É maravilhosa!", soltou José Antonio Correa, catedrático de filologia latina da Universidade de Sevilha, um dos maiores especialistas em escrita do Sudoeste (a par com o alemão Jürgen Untermann), quando, na quarta-feira, se levantou o pano negro que cobria a nova estela funerária encontrada no sítio de Mesas do Castelinho. "Não vou dizer que é a melhor", disse o especialista em conversa com o P2, na apresentação que decorreu no Museu da Escrita do Sudoeste, criado pela Câmara Municipal de Almodôvar em Outubro do ano passado.


Texto completo aqui.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Museu Virtual de Herculano

Reproduzo a notícia da BBC:
Herculaneum task
They may seem unlikely early adopters, but museum curators have been some of the keenest to employ technology to blow dust of their show-cases and bring their exhibits to life. So much so, in fact, that there is now a museum dedicated to ancient history where the technology doesn’t just supplement the exhibits, but has replaced them entirely.

Wealth has always liked to dip its toes in the Mediterranean. The Italian coast at Amalfi near Naples is pretty comfortably off, and two thousand years ago well-to-do Romans trailed their togas in the sand at nearby Herculaneum. Until one night in 79 AD.
The eruption of Mount Vesuvius encased the town in scalding ash, killing those who tried to flee and preserving some of the finest examples of private Roman villas under 25 metres of debris.
Herculaneum’s Virtual Museum of Archeology (MAV) opened this summer. It creators’ aim was to digitally repair the damage wrought by Vesuvius and imagine what the living town was like.
Walter Ferrara, Head Curator, MAV: "We have so many archaeological realities nearby. 70 metres from here we have ancient Ercolano (Herculaneum). You can see only stones and some buildings how they are now. You cannot see them how they were.
"You can read about them. You can look at pictures, but it is not the same as seeing these [new] reconstructions, that are immersive and have a lot of appeal."
MosaicActually, the Romans are a very suitable subject for a digital museum; you only have to look at their mosaics to see that they were great proponents of the pixel. And one of the things that separate them from the Greeks is their technological prowess. If the Romans were around today, they’d probably watch Click.
But the developers here have been careful not to let the museum’s message become too eclipsed by 21st century technology.
Gaetano Capasso, Concept Developer for MAV: "The big difference with our museum is that the technology is transparent, invisible. For us this is the aim of technology.
"[I remember a German poem which says] when snow falls on a bell it doesn’t make it ring. And it is the same with our technology. You guess this presence, but you don’t see it. Technology has to prompt curiosity, but remain discrete.”
The MAV is unique among archaeological museums in exhibiting absolutely no ancient artefacts at all: no real Roman busts, no original murals. But there are also no alarms, no tetchy guards and no 'don’t touch' signs.
What’s nice about this museum is just how tactile it is. You can just wipe your hand across condensation to reveal the image underneath.
A camera tracking trick ofdisappearing dust is used a number of times, giving visitors a feel for the thrill of archaeological discovery. There are some other nice touches, including the fact that the museum is unapologetically educational.
Vesuvius will continue to sleep off its historic night of mayhem, so the main threat to Herculaneum, now that much of it has been excavated, is from us. If visitors to the town can be persuaded to come to the virtual museum rather than plodding around the ruins then it might go someway toward preserving them for the future.
Caterina Cozzalino, Archaeologist: "This is also the best way to make these towns live in the future, because otherwise I think they will be destroyed again and not by Vesuvius, but by people.”
As well worn as the monuments the tourists clamber over, is the notion that Italy’s heritage is so rich the country can barely afford to preserve it. The budget for Italy’s Culture Ministry for the next three years has just been slashed by 1.3 billion Euros.
With this virtual museum pulling in paying customers, and lightening the tourist load at the excavation, it might act as a model for more of Italy’s fragile archaeological sites.

quarta-feira, setembro 24, 2008

Criptopórtico

Está aberto ao público este fim-de-semana (de sexta a domingo) o Criptopórtico romano da Rua da Conceição, na Baixa de Lisboa.
Galerias Romanas da Rua da Prata
Desde a data da sua descoberta na sequência do grande terramoto de 1755, esta estrutura romana foi sendo alvo de múltiplas interpretações relativamente à sua função original, sendo hoje as teses quase unânimes em identificá-lo como sendo um criptopórtico.
As suas características construtivas, tipologia e materiais associados sugerem uma construção da época de Augusto, datada entre o século I a.C e o século I d.C. e contemporânea de outros grandes edifícios públicos da cidade de Olisipo.

A Descoberta
Em 1771 durante a reconstrução da cidade de Lisboa, na sequência do grande Terramoto de 1755, surgiram pela primeira vez notícias da existência de um vasto conjunto de Galerias Romanas no subsolo da Baixa. A incipiente noção de património de então, levaria a que apenas uma inscrição romana dedicada a Esculápio (Deus da Medicina) fosse salvaguardada. O edifício romano, constatada a sua grande robustez, serviria de alicerce aos prédios pombalinos.
Em 1859, obras de saneamento permitiram, pela única vez, observar restos das construções romanas que se erguiam sobre as Galerias. Foi então feito o levantamento exaustivo das ruínas, um dos trabalhos arqueológicos pioneiros na cidade de Lisboa, pela mão de José Valentim de Freitas. Visitas esporádicas, com finalidades jornalísticas e de investigação, iniciaram-se em 1909, sendo as Galerias à data conhecidas por "Conservas de Água da Rua da Prata" por serem utilizadas pela população como cisterna.
Abririam ao público com regularidade a partir dos anos 80 época em que foi possível à Câmara Municipal de Lisboa criar condições restritas de acessibilidade ao monumento. Actualmente são visitáveis uma vez por ano pois encontram-se com um nível de água elevado cuja bombagem é um processo moroso e que levantaria problemas de conservação do próprio edifício e dos edifícios pombalinos anexos se retirada mais amiúde.

A Função
A arquitectura e as técnicas de construção destas Galerias sugerem tratar-se de um monumento da época dos Imperadores Júlio-Cláudios (primeira metade do séc. I d.C.), contemporâneo de outros edifícios públicos da cidade romana de Olisipo.
Os últimos trabalhos arqueológicos do Museu da Cidade revelaram que as Galerias foram erguidas sobre uma muito espessa placa artificial de rija argamassa romana (opus caementicium- "antepassado remoto do betão") colocada sobre areia. A análise da arquitectura revelou também o emprego de proporções rigorosas no tamanho dos arcos, como se esperaria numa obra de época imperial romana.
As Galerias Romanas têm sido alvo de diversas interpretações, de Termas a Forúm Municipal, desde a sua descoberta. Conhecendo-se hoje melhor o seu entorno em época romana, ligado às actividades portuárias e comerciais, as propostas mais recentes indicam tratar-se de um «criptopórtico», erguido para suportar outras edificações de grande dimensão.
Os «criptopórticos» eram construções abobadas, empregues com alguma frequência pelos romanos em terrenos instáveis ou de topografia irregular para criar uma plataforma de suporte a outras edificações, normalmente públicas.
O achado sobre as Galerias da inscrição dedicada ao Deus Esculápio por dois sacerdotes do culto imperial, em seu nome e no do Município de Olisipo, parece confirmar o carácter público do edifício.

O que se pode ver
O acesso à totalidade do monumento foi truncado pela construção, desde o séc. XVIII, dos colectores de esgoto da cidade. A parte visitável é constituída por uma rede de galerias perpendiculares, de diferentes alturas, onde se destacam:
•Pequenos compartimentos (celas) dispostos lateralmente a algumas das galerias, que poderão ter sido utilizados na época romana como áreas de armazenamento
• Arcos em cuidada cantaria de pedra almofadada, técnica típica dos inícios da época imperial romana
• Abóbadas, onde são visíveis as marcas das tábuas de madeira que serviram para a sua construção e onde se pode observar várias aberturas circulares que serviram bocas de poço a partir de data desconhecida
• "Galeria das Nascentes", também chamada "dos Olhos de Água", que ostenta a fractura que divide em dois a parte hoje visitável do monumento. Nesta fenda brota a água proveniente do lençol freático e que irrompe inundando toda a área das galerias.

quarta-feira, setembro 10, 2008

Uma viagem ao Gharb al-Andalus

P9090074

Passei dois dias entre Mértola e o Milreu. Deixo aqui ligações para as fotografias que por lá tirei.

sexta-feira, setembro 05, 2008

Império Romano fez aumentar ameaça de HIV

A notícia, que podemos ler na BBC, dá conta dos resultados de investigações de cientistas franceses. Dizem estes que os povos que hoje vivem em ex-colónias governadas por Roma têm menos probabilidade de desenvolver um gene protector da sida:
"In countries inside the borders of the empire for longer periods, such as Spain, Italy and Greece, the frequency of the CCR5-delta32 gene, which offers some protection against HIV, is between 0% and 6%.
Countries at the fringe of the empire, such as Germany, and modern England, the rate is between 8% and 11.8%, while in countries never conquered by Rome, the rate is greater than this."
Não se pode dizer que não são observações engraçadas, mas há quem tenha outra teoria (com menos piada): "Others argue the difference is linked to a far larger event, such as the spread of bubonic plague or smallpox."

sábado, agosto 30, 2008

Campanha arqueológica na Coriscada revela povoamento neolítico e aldeia rural romana

Notícia do Público:

«Meda: Campanha arqueológica na Coriscada revela povoamento neolítico e aldeia rural romana

Uma campanha arqueológica no Vale do Mouro, Coriscada, revelou um povoamento neolítico com sete mil anos e permitiu descobrir uma aldeia romana que os arqueólogos acreditam ser uma "revolução" no estudo do país rural da época.

Quando se pensava que o local, no concelho da Meda (distrito da Guarda), teria tido apenas duas ocupações - nos séculos III e IV depois de Cristo (d.C.) -, as escavações de 2008 revelaram novos achados do período Neolítico, com a presença de materiais em sílica e lascas de quartzo (...)»

Artigo completo aqui.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Encontrado busto da mulher do imperador Antonino Pio

Pensa-se que foi o busto de Faustina Maior, mulher do imperador Antonino Pio, a ser descoberto por arqueólogos enquanto escavavam no sítio onde já foi também encontrados destroços de uma colossal estátua de Adriano (entretanto exposta no British Museum), na cidade de Sagalassos, actual Turquia. Os pormenores da descoberta aqui.

terça-feira, agosto 12, 2008

Templo romano descoberto sob igreja

Arqueólogos israelitas descobriram um templo romano debaixo de uma igreja, na cidade que foi a capital da Galileia durante o período de ocupação romana. Toda a informação aqui.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Villa romana pode vir a ser área de interesse arqueológico

Notícia do Público, por Nicolau Ferreira:
O património do Concelho de Oeiras pode vir a ficar com mais uma área de interesse arqueológico. Durante Julho foi feita a prospecção da vila romana de Leião, perto de Porto Salvo, conhecida desde a década de setenta do século passado.
“Trata-se de uma zona com 100 metros por 80, quase a área de um campo de futebol”, explica por telefone ao PÚBLICO João Luís Cardoso, director do Centro de Estudos Arqueológicos da Concelho de Oeiras.
Apesar de já se conhecer a existência do local há décadas, o risco de se urbanizar uma área que até agora só tinha sido cultivada, torna urgente a necessidade de conhecê-la cientificamente e verificar o grau de importância da vila. “É um local absolutamente intacto. Não há construção ulterior ao abandono da vila”, explica o arqueólogo que também é professor catedrático da Universidade Aberta.
Durante o mês de Julho, uma equipa formada pelo Centro de Estudos Arqueológicos do concelho, pelo GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente do por estudantes e professores de arqueologia estudaram o local. A Câmara de Oeiras apoiou o projecto com dez mil euros.
Houve recolha de material à superfície e posteriormente uma empresa alemã contratada, utilizou a técnica do sonar, para fazer uma sondagem ao solo. “O georadar permitiu a identificação de estruturas arqueológicas enterradas”, disse o especialista. E o que se viu foram muros ortogonais, que “aparentam configurar a parte urbana da vila”. Para além disso sabe-se que existem fragmentos de estuque pintados e placas de mármore de revestimento.
À volta da capital Olisipo, o nome romano da cidade de Lisboa, foram edificadas muitas vilas, que cultivavam terrenos à volta. Cada vila romana continha uma parte rural e uma propriedade urbana, onde vivia o proprietário e que tinha várias construções. 
Existem vestígios que datam de uma altura imediatamente anterior à chegada dos romanos à região, entre os séculos III e I antes de Cristo. “Estas vilas podem estender-se até ao século IV ou V depois de Cristo”, explica o arqueólogo. Mas ainda se sabe muito pouco.
Toda a prospecção feita até agora foi não intrusiva. Em Setembro iniciam-se as escavações para se perceber o grau de importância do local. Se estiver bem preservado, para além do valor científico, pode tornar-se numa área de interesse arqueológico, com importância do ponto de vista cultural e educacional.
“Tudo indica que pode vir ser uma área de interesse arqueológico”, explica o arqueólogo. Perto da região, o achado só é comparável à vila romana de Freiria, no Concelho de Cascais e a uma vila romana que está debaixo de um edifício do século XVIII do centro histórico de Oeiras. 
O relatório final está previsto para 2009. Cabe ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico avaliar se a área deve ser só preservada por registo documental ou se a sua importância patrimonial e científica justifica a delimitação de uma área de interesse arqueológico. Nesse caso, qualquer construção teria de respeitar o traçado da vila romana, que poderia ser integrada no circuito turístico e cultural do concelho e do país.

quinta-feira, agosto 07, 2008

V Congreso Internacional de Latín Medieval Hispánico


Depois do êxito da edição de Lisboa, o Congresso Internacional de Latim Medieval Hispânico segue para Barcelona. Mais informações na página do Congresso.

V Congreso Internacional de Latín Medieval Hispánico



Continuando la tradición de los anteriores Congresos celebrados en León y Lisboa, anunciamos la organización del V Congreso Internacional de Latín Medieval Hispánico, por parte de la Universidad Autónoma de Barcelona y la Universidad de Barcelona, que tendrá lugar, Deo uolente, durante los días 7 al 10 de Septiembre de 2009.

En el último año se ha producido la pérdida de dos de los maestros más queridos y respetados de los estudios de latín cristiano y medieval en España, los Profesores Virgilio Bejarano Sánchez y Manuel C. Díaz y Díaz. Su recuerdo nos acompaña para impulsar y mantener el legado que ellos crearon y nos transmitieron con tanto entusiasmo y dedicación.

La celebración de este V Congreso nos dará oportunidad de recordar en la Universidad de Barcelona.los trabajos de la Escuela de Filología de Barcelona y del Glosarium Mediae Latinitatis Cataloniae.

El contenido del Congreso, el Latín Medieval Hispánico, entendido con un amplio criterio temático y cronológico, ofrece a los estudiosos el marco para exponer a la comunidad científica sus trabajos. El Comité Organizador invita a todos los investigadores de lo hispano a presentar el estado actual de los estudios que se llevan a cabo. También quiere potenciar la presentación de los Proyectos de investigación en curso y la presencia de los jóvenes que preparan sus tesis doctorales exponiendo en secciones especiales sus proyectos. Por otra parte queremos apoyar la presencia de investigadores extranjeros dedicados a los temas hispanos.

sábado, agosto 02, 2008

Achado inédito em necrópole romana

Braga. Urna de pedra e outros objectos foram descobertos num local onde nascerá centro comercial
A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho fez um achado inédito em Portugal: encontrou uma urna de pedra de forma oval, durante as escavações de uma necrópole romana da Via XVII, no centro de Braga. O anúncio foi feito ontem, em Braga, pela responsável pelas escavações. Manuela Martins avançou que foram encontradas 17 urnas cinerárias, cinco enterramentos e seis sepulturas de inumação. A equipa também achou esqueletos no local onde nascerá um espaço comercial.

Diário de Notícias, 2 de Agosto de 2008, p. 16.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Nero

A inestimável editora Edições 70 acaba de publicar a tradução portuguesa da obra de David Shotter sobre o principado de Nero. Cito o texto de apresentação:
O reinado de Nero é geralmente considerado o exemplo máximo da extravagância e da corrupção que, para muitos, simbolizam a Roma antiga. 
Nesta acessível introdução a Nero, imperador de Roma de 54 a 68 d.C, David Shotter traz-nos uma nova análise desta concepção. 
O texto versa as questões principais da vida do imperador, com especial incidência na primeira parte da vida de Nero e a sua ascensão ao poder, a sua política nacional e no império e, por último, as razões para a sua queda, bem como as consequências deste facto. 
Esta edição foi completamente revista tendo em conta as investigações mais recentes sobre o tema. Inclui, ainda, uma bibliografia seleccionada e um índice.

segunda-feira, julho 28, 2008

Gordianus's comeback

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"I thought you were dead", says Calpurnia, Caesar's wife, when she meets Gordianus at the very beginning of Saylor's latest novel from the Roma sub Rosa series, The Triumph of Caesar. Many fans, too, thought Gordianus was dead in the troubled, crocodiled waters of the Nile. He didn't, and he's back with his family, safe and sound, dis gratias. And his projects for a quiet, peaceful retirement are once again blown apart. Calpurnia has been having strange dreams about Caesar's fate, supported by her etruscan soothsayer predictions, and Gordianus is to find the truth about it. But what appeared to be no more than irrational turns out to be a case of murder, when Gordianus learns his dear friend Hieronymus was murdered, trying to find Caesar's enemies. More than saving Caesar's life, Gordianus wants to find who murdered his massilian friend. Or so he says at the begining. The Triumph of Caesar is, again, a wisely made depiction of the end of the roman Republic, with it's social, cultural and political aspects. There we meet again a cold and clever Cleopatra, an ambitious Marc Antony, a ridiculous Cicero, and, though briefly, an icy cold Octavius, one of the best portraits of the future Augustus I've ever read in fiction.

Steven Saylor was in Lisbon, to the ICAN congress (22-26 july), and also to present the portuguese translation of The Triumph of Caesar: "O Triunfo de César". Saylor met some of his fans in a session in Bertrand-Chiado library. The turnout was excellent, there were dozens of fans, who listened to the author's interesting and witty talk about his books, all translated to portuguese by Maria José Figueiredo, also present. The fans made many questions, and the talk was excellent. Now we're all looking forward to Roma's sequel, that would lead us from where the first book left us, at Augustus time, to Constantin.

More photos here.

sábado, julho 26, 2008

15 anos de Thíasos

Por ocasião dos 15 anos do grupo de teatro de tema clássico da Faculdade de Letras de Coimbra, o Thíasos, Helena Damião, do blogue De Rerum Natura, entrevistou Delfim Leão, responsável pelo grupo. Fala-se também da importância dos clássicos (literaturas e culturas) como elemento-chave para a educação. Essa conversa pode ser lida na íntegra aqui.

quinta-feira, julho 24, 2008

Hadrian: Empire and Conflict

Exposição sobre o Imperador Adriano, no British Museum

«24 July - 26 October 2008 Reading Room £12, concessions available

The Roman Emperor Hadrian (117 to 138AD) is best known for his passion for Greek culture, interest in architecture, his love for Antinous, and of course the eponymous wall he built between England and Scotland, then Caledonia. This exhibition, supported by BP, will look beyond this established image and offer new perspectives on his life and legacy, exploring the sharp contradictions of his personality and his role as a ruthless military commander. Incorporating recent scholarship and the latest spectacular archaeological discoveries, the exhibition will feature over 180 objects from 28 lenders from Italy to Georgia, from Israel to Newcastle. Loans of dramatic sculpture, exquisite bronzes and architectural fragments will be brought together and displayed for the first time in the UK, alongside famous objects from the Museum’s own collection such as the iconic bronze head of Hadrian and the Vindolanda tablets. This exhibition will be held in the Round Reading Room, often compared to one of Hadrian’s architectural masterpieces, the Pantheon in Rome.»

Mais aqui.


Um vídeo promocional poder ser visto aqui.

Call for papers

LATIN AND VERNACULAR IN RENAISSANCE IBERIA IV:

THE INFLUENCE OF CHRISTIAN LATIN LITERATURE


Following the success of Latin and Vernacular in Renaissance Iberia I -III (1998-2007), we propose a fourth conference to explore one particular aspect of this field, to be held at the University of Cork (Republic of Ireland) on 15-16 April 2009.

Up to twelve papers of twenty minutes, in English, Spanish or French, are invited on the reception and influence on the literary cultures of the Iberian Peninsula of Latin texts of whatever date written by Christian authors. The period of reception will be 1400 to 1700.

Offers of papers should be sent to the organisers by 15 January 2009.

The organisers are:


Dr Barry Taylor
Early Printed Collections
The British Library 96 Euston Road London NW1 2DB
E-mail: barry.taylor@bl.uk

Dr Alejandro Coroleu
Dept. of Spanish, Portuguese and Latin American Studies University of Nottingham Nottingham NG7 2RD
E-mail: alejandro.coroleu@nottingham.ac.uk

Encontro com o autor Steven Saylor

25 de Julho, 18h 30m
Livraria Bertrand Chiado, Lisboa

O encontro será moderado por Maria José Figueiredo, tradutora livros de Steven Saylor em Portugal.

Steven says, "Please come and say hello!"
Best wishes,

Steven Saylor

sábado, julho 19, 2008

Instituições da Língua Arábica


As Instituições da Lingua Arabiga, do franciscano setecentista António Baptista, constituem uma extraordinária oportunidade para se perceber como o Árabe era recebido no Portugal do século XVIII. Publicadas em 1754, fazem uma cuidada descrição da língua árabe, entrando até em pormenores mais habituais nas gramáticas modernas, como a divisão dos fonemas em categorias (ainda que nem sempre as mesmas que hoje usamos). O texto, em PDF ou JPG, está livremente acessível na página da Biblioteca Nacional Digital.

Um dos aspectos mais interessantes destas Instituições é a separação que fazem entre "árabes" e "mouros", que vai ao pormenor - importantíssimo para nós, "andaluzes" - de distinguir a escrita "levantina" (isto é: a escrita padrão) da "africana", argumentando que a tal obrigava o intenso comércio com o Magrebe, bem como os manuscritos dos tempos árabes na Península, sobretudo das épocas dos impérios berberes (Almorávidas e Almôadas). Além das recorrentes explicações, o autor agrega mesmo um quadro comparativo das formas manuscritas "levantinas" e "africanas".

Apesar de algumas limitações, devidas mais à linguagem da época e sobretudo à terminologia, que por vezes é completamente opaca, parece-me um documento muito importante na História dos estudos árabes em Portugal.

Deixo um cheirinho das considerações iniciais, que bem se poderiam aplicar ao Latim:

A Utilidade da Lingua Arabiga, que n'outro tempo foi muito conhecida neste Reyno, e que agora pelas luzes do nosso Ministerio se acha felizmente promovida, he o que me obrigou a composição desta Arte, que me resolvi dar á luz pública. Eu não gastaria o meu tempo com este trabalho, se me deixasse preoccupar dos gritos da ignorancia, que com escandalo da razão se atreve a dizer, que esta Lingua he inutil. Bastará conhecer o excesso, com que ella se distingue entre as outras, para se fazer estimavel por todos aquelles, que aspiram a conseguir conhecimentos vastos, e uteis.

quinta-feira, julho 17, 2008

Ancient Times Today



A CeDeCe (Companhia de Dança Contemporânea) e o Ballet do Teatro Nacional da Croácia apresentam, dia 18 de Julho no Mosteiro de Alcobaça, e 19 e 20 no Teatro Nacional D. Maria II, "Ancient Times Today", um espectáculo que revisita dois marcos da cultura mediterrânica: Penélope e o Cântico dos Cânticos.

quarta-feira, julho 16, 2008

Latim para almoço

O director de uma editora de Kent (Inglaterra), ex-professor, decidiu ensinar latim aos seus funcionários durante a hora de almoço. Ver notícia na BBC.

quinta-feira, julho 10, 2008

Loba Capitolina mais nova do que se pensava


Evidências científicas (o teste do carbono) acabam de pôr a descoberto mais um erro da Arqueologia:
A mais famosa estátua da civilização romana, aquela que retrata Rómulo e Remo a serem amamentados pela Loba Capitolina, data do século XIV e não da Antiguidade, refere a BBC.

sábado, julho 05, 2008

Problemas de alguns diplomas medievais

Centro de Estudos Clássicos
Universidade de Lisboa

Conferência

Problemas de alguns diplomas medievais


Prof. Doutor José Manuel Díaz de Bustamante
Universidade de Santiago de Compostela


FLUL | Sala D. Pedro V | 14 de Julho de 2008 – 11:30


sexta-feira, julho 04, 2008

Nova tradução dos Annales de Tácito

Saiu há semanas a nova tradução dos Annales de Tácito. Trata-se de uma obra escrita na segunda década do século II da nossa era e que conta a história de Roma a partir da morte de Augusto, seu primeiro imperador. Depois de Augusto, governaram em Roma Tibério, Calígula, Cláudio, e Nero. Infelizmente, perderam-se os livros que Tácito escreveu sobre Calígula e os que contam a história de Tibério, Cláudio, e Nero, encontram-se fragmentados. No entanto, há centenas de páginas para descobrir. Quem não sabe latim (e mesmo quem sabe) pode agora, com a tradução de J. C. Yardley, ter acesso ao texto de Tácito através de uma língua moderna.

A tradução, incluída na colecção Oxford World’s Classics, é das melhores já feitas a partir do latim. Anulando as dificuldades de interpretação e sintaxe que a tradução de A. J. Woodman copiava de Tácito, na versão de Yardley pode encontrar-se um inglês vivo e corrente, sem deixar de ser fiel ao original.

A edição é enriquecida com uma introdução e notas de Anthony A. Barrett, bibliografia, cronologia, mapa, glossários, e um índice onomástico.

 

Tacitus, The Annals: The Reigns of Tiberius, Claudius, and Nero, trad. J. C. Yardley («Oxford World's Classics», Oxford: Oxford University Press, 2008).

quinta-feira, julho 03, 2008

Doubt over date for Brit invasion

Mais um contributo da astronomia para o conhecimento da História da Antiguidade.
Julius Caesar's invasion of Britain in 55BC could not have occurred on the dates stated in most history books, a team of astronomers has claimed.
The traditional view is that Caesar landed in Britain on 26-27 August, but researchers from Texas State University say this cannot be right.
Dr Donald Olson, an expert on tides, says that the English Channel was flowing the wrong way on these dates.
An invasion of the south coast at Deal on August 22-23 is favoured instead.
The claims appear in the latest issue of Sky & Telescope magazine.
Caesar came to Britain with 100 warships and two legions comprising 10,000 men. But as he approached Dover's white cliffs, spear-wielding Celtic warriors lined up along the ridge, prompting the Roman leader to look for a better landing spot.
He ordered his fleet to move along the coast, and after travelling about seven miles they came to "an open and flat shore".
What has been a matter of some debate is whether Caesar sailed left or right and when exactly his armada landed.

Astronomical solution
Caesar mentioned strong tides, a full Moon and an ocean current. The astronomers Edmund Halley and George Airy previously used this information to try to solve the problem. But they disagreed with each other's conclusions.
Dr Olson identified August 2007 as a rare opportunity to investigate the question of when Caesar landed.
During this month, complex tidal factors involving the Moon and Sun would unfold in a near-perfect replay of those in August of 55 BC. So the researchers conducted an expedition to the south coast of England in order to investigate their idea.
On the day which corresponded closely to the traditional date for the invasion, Dr Olson carried out a basic experiment - dropping an apple into the sea off Deal pier at roughly the time of afternoon when Caesar described the fleet moving.
The apple floated south-west towards Dover, suggesting that the Roman fleet could not have travelled up to Deal from Dover on that day.
"The English Channel was flowing the wrong way," said Dr Olson.
Caesar's account led the researchers to focus on a possible invasion date a few days earlier.
On the day corresponding to the revised date of 22-23 August, the team chartered a sightseeing boat and took GPS readings to determine how the boat was drifting.
They found the boat was floating north-east towards Deal.
The Texas team's revised date gives Caesar the ocean current he needed to manoeuvre right, proceed seven miles, and land with a falling tide near present-day Deal.
This is the beach preferred by most historians but rejected by tide experts in the past. A modified reading of Caesar's reference to the "night of a full Moon" also leads to the August 22-23 date, Dr Olson claimed.
"The scientists were right about the tidal streams and so were the historians about the landing site," he explained.

segunda-feira, junho 30, 2008

Cuadernos de Filología Clásica

Os Cuadernos de Filología Clásica, da Universidad Complutense de Madrid, estão disponíveis em versão electrónica até ao nº 24 (1990) aqui.

sábado, junho 28, 2008

Portugal na Espanha Árabe

Esgotado há muito tempo, acaba de ser reeditado pela Caminho o incontornável Portugal na Espanha Árabe, de António Borges Coelho, agora num único volume. Trata-se de uma selecção e tradução anotada de textos árabes do período andaluz, referidos ao nosso Gharb al-Andalus (غرب الأندلس) - mais de 500 páginas de fontes fundamentais para o conhecimento da nossa História. Como a página da Caminho ainda não regista esta nova edição, saída há pouco mais de uma semana, deixo aqui a referência bibliográfica:

António Borges Coelho (ed.), Portugal na Espanha Árabe, Caminho, 2008 (3ª ed.)


quinta-feira, junho 26, 2008

Seminário: Projecto Plutarco e os fundamentos da identidade europeia

De Delfim Leão, da Universidade de Coimbra, recebo a seguinte notícia, anunciando o seminário de apresentação da pesquisa desenvolvida por quatro jovens investigadores integrados no Projecto "Plutarco e os fundamentos da identidade europeia", a realizar na Universidade de Coimbra.


Dia 27 de Junho

(Sala do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos)

Seminário de apresentação da pesquisa desenvolvida por quatro jovens investigadores integrados no Projecto Plutarco e os fundamentos da identidade europeia

10h: apresentação sumária da investigação em curso

Dr. Rodolfo Lopes: “As autoridades filosóficas no Livro I das Quaestiones Convivales de Plutarco”

Dra. Ália Rodrigues:
“Problemas de interpretação do livro VII das Quaestiones Convivales”

Dr. Carlos Jesus: “A bulimia segundo Plutarco (Quaest. Conv. 6.8): excesso, desvio ou patologia?”

Doutor Manuel Troester: “Plutarco e a Roma médio-republicana. Emílio Paulo como educador político e moral”

11h: discussão.

12h: apresentação dos três primeiros volumes do projecto


Homero e o eclipse

«Então entre eles tomou a palavra o divino Teoclímeno:
"Ah, desgraçados! Que mal sofreis? A noite encobre
as vossas cabeças, os vossos rostos, e até os vossos joelhos
por baixo! Ardem os gritos de dor, cheias de lágrimas estão
as vossas faces, e manchadas
de sangue as paredes e o tecto.
O adro está repleto de fantasmas; repleto está o pátio;
para a escuridão do Érebo se precipitam e o sol
desapareceu do céu e tudo cobre a bruma do mal."



Passagem sobre o eclipse na Odisseia, Canto XX, versos 350 a 357
Ed. Livros Cotovia
Tradução de Frederico Lourenço

Terá Homero feito uma alusão velada ao facto de que, no dia em que Ulisses regressa a casa, houve um eclipse total do Sol em Ítaca? Fala-se disso há séculos, mas já ninguém acreditava. Só que, agora, novos dados científicos parecem confirmá-lo.»


É assim que começa a reportagem do Público, no caderno P2 de hoje, sobre a velha possibilidade de a Odisseia aludir a um eclipse solar.

Church 'comeback' for Latin mass

A igreja católica prepara-se para voltar a instituir a missa em latim, diz notícia da BBC:
A mass to be held in Latin at Westminster Cathedral has been hailed as a sign that the use of Latin in church services is returning to the UK.
The Latin mass was replaced by modern national languages after the reforming Second Vatican Council of the 1960s.
But Cardinal Dario Hoyos's holding of a Latin Mass has been seen by Catholic traditionalists as a signal to the church leadership in England and Wales.
Supporters of the traditional mass say it is popular among young Catholics.
'Pick-and-choose' religion
Following the reforming Second Vatican Council of the 1960s - although the Council did not rule Latin out, many Catholics did not speak it and so Latin gave way to modern national languages.
Many British bishops were reluctant to grant permission to priests to celebrate mass in Latin, and some refused to do so.
But last year Pope Benedict ruled that priests no longer had to secure special permission from their bishop to conduct mass in Latin.
And the presence of Cardinal Hoyos - a senior adviser to the Pope - celebrating Latin Mass in one of the country's principal Catholic cathedrals, has been interpreted by some in the Church as a pointed gesture to the relatively liberal leadership in England and Wales.
There is evidence of a demand for the Latin mass from young Catholics in particular, some of whom claim it represents a wider rejection of a modern pick-and-choose attitude to the religion.