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terça-feira, novembro 18, 2008

Argos

Argos, de olhos erguidos para o céu, gemia; torrentes rolavam-lhe pelo rosto, não só de água mas (soube-o depois) de lágrimas. "Argos", gritei, "Argos!"
Então, com mansa admiração, como se descobrisse uma coisa perdida e há muito esquecida, Argos balbuciou estas palavras: "Argos, cão de Ulisses". E depois, sempre sem me olhar: "Esse cão atirado para o esterco."
Facilmente aceitamos a realidade, talvez por intuirmos que nada é real. Perguntei-lhe o que sabia da Odisseia. A prática do grego era-lhe penosa; tive de repetir a pergunta.
"Muito pouco", disse. "Menos que o mais pobre dos rapsodos. Já se terão passado mil e cem anos desde que a escrevi."

Jorge Luís Borges, "O Imortal", O Aleph

quinta-feira, junho 26, 2008

Homero e o eclipse

«Então entre eles tomou a palavra o divino Teoclímeno:
"Ah, desgraçados! Que mal sofreis? A noite encobre
as vossas cabeças, os vossos rostos, e até os vossos joelhos
por baixo! Ardem os gritos de dor, cheias de lágrimas estão
as vossas faces, e manchadas
de sangue as paredes e o tecto.
O adro está repleto de fantasmas; repleto está o pátio;
para a escuridão do Érebo se precipitam e o sol
desapareceu do céu e tudo cobre a bruma do mal."



Passagem sobre o eclipse na Odisseia, Canto XX, versos 350 a 357
Ed. Livros Cotovia
Tradução de Frederico Lourenço

Terá Homero feito uma alusão velada ao facto de que, no dia em que Ulisses regressa a casa, houve um eclipse total do Sol em Ítaca? Fala-se disso há séculos, mas já ninguém acreditava. Só que, agora, novos dados científicos parecem confirmá-lo.»


É assim que começa a reportagem do Público, no caderno P2 de hoje, sobre a velha possibilidade de a Odisseia aludir a um eclipse solar.

sábado, maio 17, 2008

Homero, Ovídio, Marco Aurélio, Epicuro, Séneca

São muitas as novidades que a Biblioteca Independente tem para nos dar. Assim, saíram as traduções da Odisseia de Homero (feita por Frederico Lourenço) e da Arte de Amar de Ovídio (feita por Carlos Ascenso André), publicadas pelos Livros Cotovia.
Acabam de ser também publicados os Pensamentos de Marco Aurélio e um volume com a Carta sobre a felicidade de Epicuro e Da vida feliz de Séneca.
Os preços são bastante atractivos, oscilando entre 5 e os 13 euros.

terça-feira, janeiro 22, 2008

É já amanhã!

«Homero
Meu caro Joseph, o de chapéu breve e longas ideias na cabeça. Meu caro Bloom, de lebre morta nos braços, todos os dias, como se o animal morto fosse um animal vivo ou uma peça de vestuário. Bloom, o da lebre morta nos braços. E ainda Johana, a mulher que escutava como se a capacidade de ouvir terminasse junto aos seus delicados pés femininos. Conta histórias a Johana que Johana não se cansa, que Johana é a literatura."

Gonçalo M. Tavares,
Biblioteca, Campo das Letras, 2004

segunda-feira, novembro 19, 2007

Bibliotrónica Portuguesa



Carlos Costa, aluno da FLUL, fez-me chegar este texto, que dá conta da edição electrónica de uma tradução portuguesa da Batracomiomaquia, tradicionalmente atribuída a Homero.

«Batracomiomaquia, tradução de António Maria do Couto
Foi reeditada uma tradução de 1835 da Batracomiomaquia, agora disponível na Bibliotrónica Portuguesa. Conhecem-se os Poemas Homéricos, Homero é conhecido como o autor da Ilíada e da Odisseia, mas se eu falar da Batracomiomaquia ou do já desaparecido Margites (ainda restam uns escassos fragmentos do texto) certamente me hão-de perguntar o que são.

O que é a Batracomiomaquia? É uma antiga paródia grega, a paródia da Ilíada, provavelmente o testemunho mais antigo que se conhece do género literário a que pertence, imitando o estilo e as fórmulas homéricas, publicada aproximadamente no século V ou IV a C. Narra uma guerra entre as rãs dum lago e os ratos da vizinhança, os ratos julgam que Physignato, o rei das rãs, afogou Psicarpax, o filho do rei dos ratos, propositadamente. No princípio os Deuses procuram ficar neutros ao conflito, mas depois Zeus acaba por intervir a favor das rãs e envia um exército de caranguejos para impedir os ratos.

Eu não acredito que a Batracomiomaquia tenha sido elaborada por Homero, se é que Homero realmente existiu. Considerando a data da primeira publicação da Ilíada e da Odisseia, nos séculos VIII e VI a C. respectivamente, Homero teria podido viver assim tanto tempo? Teria conseguido escrever dois poemas épicos extensos e ainda uma paródia? Como considerar a hipótese de, quatrocentos anos depois de a Ilíada se afirmar, a Batracomiomaquia ter sido escrita por Homero? A tese de Plutarco parece mais verosímil: Pigres de Halicarnasso é que é o autor.

À falta de provas mais concretas nunca se saberá quem é o autor; se Homero não foi de certeza, eu não posso afirmar com todas as letras que Pigres de Halicarnasso é que deve ser considerado o autor. A Batracomiomaquia é um texto apócrifo, assim como o Margites, ambos parodiam os valores homéricos.

http://www.fl.ul.pt/dep_romanicas/auditorio/Bibliotronica/index.htm

Texto extraído do site da Bibliotrónica Portuguesa:

O projecto da Bibliotrónica Portuguesa nasceu no âmbito dos trabalhos lectivos da disciplina de Introdução à Crítica Textual e visa a constituição de uma biblioteca de livrónicos em língua portuguesa, com os seguintes princípios:

■ todos os exemplares serão preparados e apresentados com critérios e normas que assegurem a qualidade da edição;
■ a selecção dos livros a publicar em formato electrónico deverá encontrar justificação no interesse dos leitores;
■ a publicação electrónica não ofenderá os direitos de autor, tal como estão legalmente estabelecidos;
■ todos os livros serão em língua portuguesa.

Os livrónicos que inauguram a Bibliotrónica foram elaborados pelos primeiros alunos da disciplina de Introdução à Crítica Textual, durante o semestre da Primavera de 2007. Os critérios e as normas de edição foram definidos caso a caso e explicam-se na nota editorial. É certo, no entanto, que, coincidindo os objectivos das edições publicadas com os da edição diplomática, os princípios e as normas deste tipo de edição constituíram naturalmente o ponto de partida. Duas preocupações orientaram também a elaboração de todos os livrónicos agora publicados: facilitar o mais possível a navegação dentro do livro, mediante hiperligações, e proporcionar uma experiência de leitura agradável ao leitor. Procurou-se, por esta última razão, organizar o espaço de leitura de forma a que não implicasse um excessivo afastamento dos hábitos de leitura em papel e a que não favorecesse o cansaço.

A possibilidade de corrigir e melhorar continuamente os textos publicados em formato electrónico, sendo um bem, reduz a confiança que é possível depositar nas citações dos mesmos. Para obviar a este problema, todos os livrónicos serão aqui publicados com a indicação do mês e do ano, seguida de um número de versão (por exemplo: Outubro 2007 / 1). Os leitores de eventuais citações poderão assim saber se a versão citada é ainda a mesma que está on-line.

Na secção "Sítios com livrónicos", encontra-se uma lista de lugares na Internet onde é possível encontrar livrónicos em língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola. No futuro, será criada uma secção com um índice de livrónicos em língua portuguesa disponíveis na Internet.»

terça-feira, setembro 11, 2007

Jorge Luis Borges - "El hacedor"

«El Hacedor

Nunca se había demorado en los goces de la memoria. Las impresiones resbalaban sobre él, momentáneas y vívidas; el bermellón de un alfarero, la bóveda cargada de estrellas que también eran dioses, la luna de la que había caído un león, la lisura del mármol bajo las lentas yemas sensibles, el sabor de la carne de jabalí, que le gustaba desgarrar con dentelladas blancas y bruscas, una palabra fenicia, la sombra negra que una lanza proyecta en la arena amarilla, la cercanía del mar o de las mujeres, el pesado vino cuya aspereza mitigaba la miel, podían abarcar por entero al ámbito de su alma. Conocía el terror pero también la cólera y el coraje, y una vez fue el primero en escalar un muro enemigo. Ávido, curioso, casual, sin otra ley que la fruición y la indiferencia inmediata, anduvo por la variada tierra y miró en una u otra margen del mar, las ciudades de los hombres y sus palacios. En los mercados populosos o al pie de una montaña de cumbre incierta, en la que bien podía haber sátiros, había escuchado complicadas historias, que recibió como recibía la realidad, sin indagar si eran verdaderas o falsas.

Gradualmente, el hermoso universo fue abandonándolo; una terca neblina le borró las líneas de la mano, la noche se despobló de estrellas, la tierra era insegura bajo sus pies. Todo se alejaba y se confundía. Cuando supo que estaba quedando ciego, gritó; el pudor estoico no había sido aún inventado y Héctor podía huir sin desmedro. Ya no veré (sintió) ni el cielo lleno de pavor mitológico, ni esta cara que los años transformarán. Días y noches pasaron sobre esa desesperación de su carne, pero una mañana se despertó, miró (ya sin asombro) las borrosas cosas que lo rodeaban e inexplicablemente sintió, como quién reconoce una música o una voz, que ya le había ocurrido todo eso y que lo había encarado con temor, pero también con júbilo, esperanza y curiosidad. Entonces descendió a su memoria, que le pareció interminable, y logró sacar de aquel vértigo el recuerdo perdido que relució como una moneda bajo la lluvia, acaso porque nunca lo había mirado, salvo, quizá, en un sueño.

El recuerdo era así. Lo había injuriado otro muchacho y él había acudido a su padre y le había contado la historia. Éste lo dejó hablar como si no escuchara o no comprendiera y descolgó de la pared un puñal de bronce, bello y cargado de poder, que el chico había codiciado furtivamente. Ahora lo tenía en las manos y la sorpresa de la posesión anuló la injuria padecida, pero la voz del padre estaba diciendo: Que alguien sepa que eres un hombre, y había una orden en la voz. La noche cegaba los caminos; abrazado al puñal, en el que presentía una fuerza mágica, descendió la brusca ladera que rodeaba la casa y corrió a la orilla del mar, soñándose Ayax y Perseo y poblando heridas y de batallas la oscuridad salobre. El sabor preciso de aquel momento era lo que ahora buscaba; no le importaba lo demás: las afrentas del desafío, el torpe combate, el regreso con la hoja sangrienta.

Otro recuerdo, en el que también había una noche y una inminencia de aventura, brotó de aquel. Una mujer, la primera que le depararon los dioses, lo había esperado en la sombra de un hipogeo, y él la buscó por galerías que eran como redes de piedras y por declives que se hundían en la sombra. ¿Por qué le llegaban esas memorias y por qué le llegaban sin amargura, como una mera prefiguración del presente?

Con grave asombro comprendió. En esta noche de sus ojos mortales, a la hora que descendía, lo aguardaban también el amor y el riesgo. Ares y Afrodita, porque ya adivinaba (porque ya lo cercaba) un rumor de gloria y de hexámetros, un rumor de hombres que defienden un templo que los dioses no salvarán y de bajeles negros que buscan por el mar una isla querida, el rumor de las Odiseas e Ilíadas que era su destino cantar y dejar resonando cóncavamente en la memoria humana. Sabemos estas cosas, pero no las que sintió al descender a la última sombra.»

Jorge Luis Borges, El hacedor. Biblioteca Borges, Alianza Editorial, Madrid, 2005

quinta-feira, junho 14, 2007

Os Clássicos na Literatura Portuguesa (2)

Eça de Queirós, A Cidade e as Serras.
pp. 184-187:

A essa hora, enquanto pelo arvoredo mudo os mais agitados pardais dormiam, e o Sol mesmo parecia repousar, imóvel na rutilância da sua luz, Jacinto, com o espírito acordado, — ávido de sempre gozar, agora que reconquistara essa faculdade — tomava com delícia o seu livro. Porque o dono de trinta mil volumes era agora, na sua casa de Tormes, depois de ressuscitado, o homem que só tem um livro. Essa mesma Natureza, que o desligara das ligaduras amortalhadoras do tédio, e lhe gritara o seu belo ambula, caminha! — também certamente lhe gritara et lege, e lê, E libertado enfim do invólucro sufocante da sua Biblioteca imensa, o meu ditoso amigo compreendia enfim a incomparável delícia de ler um livro. Quando eu correra a Tormes (depois das revelações do Severo na venda do Torto), ele findava o D. Quixote, e ainda eu lhe escutara as derradeiras risadas com as coisas deliciosas, e decerto profundas, que o gordo Sancho lhe murmurava, escarranchado no seu burro. Mas agora o meu Príncipe mergulhara na Odisseia, — e todo ele vivia no espanto e no deslumbramento de assim ter encontrado, no meio do caminho da sua vida, o velho errante, o velho Homero!
— Oh Zé Fernandes, como sucedeu que eu chegasse a esta idade sem ter lido Homero?...
— Outras leituras mais urgentes... o Figaro, Georges Ohnet... — Tu leste a Ilíada? — Menino, sinceramente me gabo de nunca ter lido a Ilíada Os olhos do meu Príncipe fuzilavam. — Tu sabes o que fez Alcibíades, uma tarde, no Pórtico, a um sofista, um desavergonhado de um sofista, que se gabava de não ter lido a Ilíada?
— Não.
— Ergueu a mão e atirou-lhe uma bofetada tremenda.
— Para lá, Alcibíades! Olha que eu li a Odisseia!
Oh! mas decerto eu a lera, corridamente, com a alma desatenta! E insistia em me iniciar, ele, e me conduzir, através do Livro sem igual. Eu ria. E rindo, pesado do almoço, terminava por consentir, e me estirava no canapé de verga. Ele, diante da mesa, direito na cadeira, abria o livro gravemente, pontificalmente, como um missal, e começava numa lenta ode sentida. Aquele grande mar da Odisseia — resplandecente e sonoro, sempre azul, todo azul, sob o voo branco das gaivotas, rolando, e, mansamente quebrando sobre a areia fina ou contra as rochas de mármore das Ilhas Divinas, — exalava, logo uma frescura salina, bem-vinda e consoladora naquela calma de Junho, em que a serra se entorpecia. Depois as estupendas manhas do subtil Ulisses e os seus perigos sobre-humanos, tantas lamúrias sublimes e um anseio tão espalhado da pátria perdida, e toda aquela intriga, em que embrulhava os heróis, lograva as deusas, iludia o Fado, tinham um delicioso sabor ali, nos campos de Tormes, onde nunca se necessitava de subtileza ou de engenho, e a Vida se desenrolava com a segurança imutável com que cada manhã sempre o Sol igual nascia, e sempre centeios e milhos, regados por águas iguais, seguramente medravam, espigavam, amadureciam... Embalado pela recitação grave e monótona do meu Príncipe, eu cerrava as pálpebras docemente. Em breve um vasto tumulto, por terra e céu, me alvoroçava... E eram os rugidos de Polifemo, ou a grita dos companheiros de Ulisses roubando as vacas de Apolo. Com os olhos logo esbugalhados para Jacinto, eu murmurava: «Sublime!» E sempre, nesse momento o engenhoso Ulisses, de carapuço vermelho e o longo remo ao ombro, surpreendia com a sua facúndia a clemência dos príncipes, ou reclamava presentes devidos ao hóspede, ou surripiava astutamente algum favor aos deuses. E Tormes dormia, no esplendor de Junho. Novamente, eu cerrava as pálpebras consoladas, sob a carícia inefável do largo dizer homérico... E meio adormecido, encantado, incessantemente avistava, longe, na divina Hélade, entre o mar muito azul e o céu muito azul, a branca vela, hesitante, procurando Ítaca...

domingo, fevereiro 11, 2007

Expressões - "Quimera"

(Quimera. Prato do século IV a.C., proveniente da Apúlia)

A Quimera (Χίμαιρα) é um monstro da mitologia grega, com corpo de cabra, cabeça de leão e cauda de serpente, segundo Homero. Hesíodo, por seu lado, atribui-lhe três cabeças, de leão, de serpente e de cabra. Diz o mito que vomitava chamas, e que foi morta por Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso. Usa-se modernamente no sentido de um facto imaginário, uma ilusão, uma utopia.

Vejamos o que dizem Homero e Hesíodo sobre a Quimera:

"Porém quando recebeu o sinal maligno de seu genro,
primeiro mandou-o matar a terrífica Quimera.
Ela é de raça divina - não pertence à dos homens:
à frente tem a forma de leão, atrás de dragão, no meio de cabra;
seu sopro é a fúria terrível do fogo ardente.
Mas Belerofonte matou-a, obedecendo aos portentos dos deuses."

Homero, Ilíada, VI, 178-183
(tradução de Frederico Lourenço, Livros Cotovia)

"Mas ela deu à luz também a Quimera, que sopra fogo invencível,
terrível, grande, rápida e violenta.
Tinha três cabeças: uma de leão de olhos ardentes,
outra de cabra e outra de serpente, de poderoso dragão
[pela frente leão, por trás dragão, no meio cabra,
com um sopro de fogo terrível e ardente].
A esta mataram-na Pégaso e o nobre Beleforonte."

Hesíodo, Teogonia, 319-325
(tradução de Ana Elias Pinheiro e José Ribeiro Ferreira, INCM)

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Expressões - "Mentor"


(Ulisses e as sereias)

Mentor foi o homem a quem Ulisses confiou a defesa dos seus interesses em Ítaca, quando partiu para Tróia. Era também o conselheiro de Telémaco, o que acabou por transformar este nome próprio num nome comum, com o sentido de guia, conselheiro.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Expressões - "Calcanhar de Aquiles"

Filho de Peleu, um mortal, e da ninfa Tétis, Aquiles é um dos heróis homéricos mais conhecidos - aquele cuja ira o poeta se propõe cantar, na Ilíada. Não se sabe se prevendo tal destino, a sua mãe banhou-o, ainda pequeno, nas águas do Estige, o rio dos Infernos, com o objectivo de o tornar invulnerável. Porém, não se lembrou a extremosa mãe de lhe molhar também o calcanhar por onde o agarrou, não fosse o pequeno cair às águas e afogar-se. Assim, Aquiles ficou invulnerável em todo o corpo, excepto precisamente no calcanhar por onde a mãe o segurou. E foi nesse calcanhar que se cravou a seta de Páris (ou de Apolo, segundo outras versões), filho de Príamo, rei de Tróia, e que acabou por levar à morte de Aquiles, durante uma das batalhas da guerra de Tróia. Esta é apenas uma das versões do mito, talvez a mais conhecida, e que deu origem à expressão "calcanhar de Aquiles", para designar um ponto fraco.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Novas traduções - "Ilíada" e "Odisseia"

Não deixa nunca de ser oportuno recordar as magníficas traduções dos poemas homéricos, feitas por Frederico Lourenço. O tradutor alia no seu trabalho duas qualidades que não se encontram juntas tantas vezes como seria desejável: a excelência filológica e a exímia habilidade no manejo da língua portuguesa, que só surpreenderá quem não conhece a sua produção literária. Para ler, reler e voltar a ler.