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terça-feira, maio 06, 2008

Aquiles Ainda Corre? Os Paradoxos de Zenão e a Noção de Indivíduo


Recebo da Faculdade de Letras a seguinte informação:

«Realiza-se no próximo dia 21 de Maio, Quarta-Feira, pelas 11h00, na sala 9, uma conferência do Professor Ricardo Santos, da Universidade de Évora, subordinada ao tema "Aquiles ainda corre? Os Paradoxos de Zenão e a Noção de Infinito" (resumo em anexo). A entrada é livre.

Aquiles Ainda Corre?
Os Paradoxos de Zenão e a Noção de Indivíduo

Para ultrapassar a tartaruga, Aquiles tem primeiro de completar uma série infinita de sub-corridas. Uma vez que a série é infinita, Zenão de Eleia considerou que ela não poderia ser completada. Dir-se-ia então que, se a corrida alguma vez começou, Aquiles ainda deve estar a correr.

Bertrand Russell afirmou que os avanços matemáticos do século dezanove conseguiram finalmente resolver o problema de Zenão de modo rigoroso e definitivo. A chave dessa solução é o isomorfismo entre o espaço e o tempo, por um lado, e o conjunto ordenado dos números reais, por outro. Muita gente subscreveu a afirmação de Russell. E, no entanto, o século vinte conheceu uma enorme expansão dos estudos sobre os paradoxos de Zenão. Será que, também filosoficamente, Aquiles ainda corre?

Nesta apresentação, discutirei nomeadamente se a experiência mental das máquinas de infinidade (como o candeeiro de Thomson) logrou efectivamente reabrir o problema de Zenão. Defenderei que não, argumentando que essa experiência coloca uma questão espúria.

Ricardo Santos
http://www.filosofia.uevora.pt/rsantos/home.htm

  • Doutor em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa (2002).
  • Professor Auxiliar da Universidade de Évora (desde 2006).
  • Investigador do Instituto de Filosofia da Linguagem FCSH-UNL (desde 1997).
  • Actual Presidente da Sociedade Portuguesa de Filosofia (desde 2006).
  • Autor de Aristóteles: Categorias – Tradução, Introdução e Comentário (Porto Editora, 1995) e de A Verdade de um Ponto de Vista Lógico-Semântico (Fundação C. Gulbenkian, 2003) e de artigos diversos nas áreas da lógica, filosofia da linguagem, filosofia da acção e filosofia grega antiga.
  • Em preparação: tradução anotada dos Primeiros Analíticos de Aristóteles (para as Obras Completas de Aristóteles em Português, em curso na IN-CM) e estudos sobre as ideias de Aristóteles acerca da verdade, do princípio da bivalência e do paradoxo do mentiroso.
  • Coordenador do projecto de investigação Paradoxos: Dedutivos, Indutivos e Práticos, financiado pela FCT, no período 2008-2010.»

sexta-feira, outubro 20, 2006

Expressões - "Calcanhar de Aquiles"

Filho de Peleu, um mortal, e da ninfa Tétis, Aquiles é um dos heróis homéricos mais conhecidos - aquele cuja ira o poeta se propõe cantar, na Ilíada. Não se sabe se prevendo tal destino, a sua mãe banhou-o, ainda pequeno, nas águas do Estige, o rio dos Infernos, com o objectivo de o tornar invulnerável. Porém, não se lembrou a extremosa mãe de lhe molhar também o calcanhar por onde o agarrou, não fosse o pequeno cair às águas e afogar-se. Assim, Aquiles ficou invulnerável em todo o corpo, excepto precisamente no calcanhar por onde a mãe o segurou. E foi nesse calcanhar que se cravou a seta de Páris (ou de Apolo, segundo outras versões), filho de Príamo, rei de Tróia, e que acabou por levar à morte de Aquiles, durante uma das batalhas da guerra de Tróia. Esta é apenas uma das versões do mito, talvez a mais conhecida, e que deu origem à expressão "calcanhar de Aquiles", para designar um ponto fraco.