Quando os estudos clássicos estão em rápido e acentuado declínio, quaiquer iniciativas que pretendam, de forma séria, pelo menos suster esta tendência são de assinalar e louvar. Por isso foi com satisfação que recebi o contacto da Andreia Martins, professora no Colégio Minerva (Barreiro), convidando os Bátrakhoi para a II Cena Romana do colégio, integrada na Semana da Cultura Romana.
Os Bátrakhoi são um grupo de teatro clássico, constituído em finais de 2003, por iniciativa da Comissão Executiva do Departamento de Estudos Clássicos, então presidida pelo professor Arnaldo do Espírito Santo. Na altura foi-me atribuída a direcção do grupo, função que tenho desempenhado desde então. As dificuldades de conciliação de horários e disponibilidades levou a uma actividade reduzida e de certa forma simbólica, que culminou com uma inactividade de facto, desde 2005. Ainda assim não hesitei em aceitar o convite da Andreia, e tratei de contactar alunos e colegas interessados em ressuscitar o grupo, e contribuir para a divulgação das coisas clássicas num colégio que até ensina latim a alunos do ensino básico. Infelizmente é uma época complicada, com testes e trabalhos. Mesmo assim conseguimos reunir 4 pessoas: Cristiana Silva, Paula Carreira, Rui Carlos Fonseca e Susana Alves.
Reunido o grupo de actores, era preciso escolher o texto. A minha ideia foi, desde o início, dizer poesia. Porque não implica tanto tempo de preparação nem tanta gente como uma peça de teatro, e porque, tendo em conta o contexto em que nos iríamos apresentar - um jantar - me parecia o mais adequado. A escolha recaiu em Catulo, pois tinha já alguns carmes traduzidos de forma despreocupada, nos tempos livres. Naturalmente, e tendo em conta o público, imediatamente se excluíram os carmes mais atrevidos (os "malcriadões", como lhes costumo chamar). Ficou uma pequena selecta de carmes que representam primeiro o deslumbre amoroso, depois a desilução, finalmente o despeito.
Divertimo-nos imenso a preparar a apresentação, e mais ainda enquanto dizíamos, dramatizando, os carmes, diante de professores, alunos e encarregados de educação. E é isso que vale a pena: fazermos coisas giras, sérias, e sobretudo divertirmo-nos enquanto as fazemos. Deixo aqui de novo um agradecimento muito grande à Cristiana Silva, à Paula Carreira, ao Rui Carlos Fonseca e à Susana Alves. Fizeram muito pela divulgação dos estudos clássicos, na noite de 22 de Junho de 2007, mais do que pode parecer à primeira vista. É que colóquios e conferências são importantíssimos, fundamentais para o crescimento dos estudos clássicos, para o enriquecimento científico de todos que por eles se interessam. Mas para se crescer tem de se nascer (Monsieur de La Palisse não teria dito melhor), e não há maneira mais eficaz para despertar o interesse do que iniciativas deste género: jantares romanos, representações, exposições, et cetera.
Para outra ocasião fica a reportagem sobre a Cena Romana propriamente dita.
Os Bátrakhoi são um grupo de teatro clássico, constituído em finais de 2003, por iniciativa da Comissão Executiva do Departamento de Estudos Clássicos, então presidida pelo professor Arnaldo do Espírito Santo. Na altura foi-me atribuída a direcção do grupo, função que tenho desempenhado desde então. As dificuldades de conciliação de horários e disponibilidades levou a uma actividade reduzida e de certa forma simbólica, que culminou com uma inactividade de facto, desde 2005. Ainda assim não hesitei em aceitar o convite da Andreia, e tratei de contactar alunos e colegas interessados em ressuscitar o grupo, e contribuir para a divulgação das coisas clássicas num colégio que até ensina latim a alunos do ensino básico. Infelizmente é uma época complicada, com testes e trabalhos. Mesmo assim conseguimos reunir 4 pessoas: Cristiana Silva, Paula Carreira, Rui Carlos Fonseca e Susana Alves.
Reunido o grupo de actores, era preciso escolher o texto. A minha ideia foi, desde o início, dizer poesia. Porque não implica tanto tempo de preparação nem tanta gente como uma peça de teatro, e porque, tendo em conta o contexto em que nos iríamos apresentar - um jantar - me parecia o mais adequado. A escolha recaiu em Catulo, pois tinha já alguns carmes traduzidos de forma despreocupada, nos tempos livres. Naturalmente, e tendo em conta o público, imediatamente se excluíram os carmes mais atrevidos (os "malcriadões", como lhes costumo chamar). Ficou uma pequena selecta de carmes que representam primeiro o deslumbre amoroso, depois a desilução, finalmente o despeito.
Divertimo-nos imenso a preparar a apresentação, e mais ainda enquanto dizíamos, dramatizando, os carmes, diante de professores, alunos e encarregados de educação. E é isso que vale a pena: fazermos coisas giras, sérias, e sobretudo divertirmo-nos enquanto as fazemos. Deixo aqui de novo um agradecimento muito grande à Cristiana Silva, à Paula Carreira, ao Rui Carlos Fonseca e à Susana Alves. Fizeram muito pela divulgação dos estudos clássicos, na noite de 22 de Junho de 2007, mais do que pode parecer à primeira vista. É que colóquios e conferências são importantíssimos, fundamentais para o crescimento dos estudos clássicos, para o enriquecimento científico de todos que por eles se interessam. Mas para se crescer tem de se nascer (Monsieur de La Palisse não teria dito melhor), e não há maneira mais eficaz para despertar o interesse do que iniciativas deste género: jantares romanos, representações, exposições, et cetera.
Para outra ocasião fica a reportagem sobre a Cena Romana propriamente dita.
1 comentário:
Nós é que agradecemos!
Se é grande a alegria quando se aprende a cultura clássica, maior ainda deveria ser quando se pode transmiti-la.
Enviar um comentário