Quando em 1982 saiu o último fascículo do magnífico1 Oxford Latin Dictionary (OLD), estava completo o trabalho iniciado em 1933 — a criação de um dicionário independente dos demais, feito a partir das fontes escritas (o que significou muitas vezes a reinterpretação dos textos, analisados a partir das mais recentes e fiéis edições críticas) e de inscrições originais. Trata-se de uma obra limpa dos “vícios” da filologia clássica oitocentista (sobre este critério, leia-se este texto).
O primeiro fascículo do dicionário saiu apenas em 1968, e os restantes foram saindo a ritmo mais ou menos regular, até estar totalmente pronto. O OLD conheceu vários editores, desde A. Souter (o primeiro), tendo o último sido Peter G. W. Glare. Teve sucessivas reimpressões e em 1996 saiu uma versão com corrigenda. A última reimpressão (a que se encontra actualmente no mercado) é de 2006 e corresponde aos mais elevados padrões de qualidade e clareza gráficas (aliás, o seu aspecto é baseado no monumental Oxford English Dictionary).
O dicionário haveria de se tornar a referência mais fiel, completa e rigorosa para a língua latina, com 2160 páginas e 40.000 entradas organizadas segundo um critério de evolução semântica.
É uma obra inultrapassável que não é só um dicionário de Latim–Inglês. É um dicionário de latim com a explicação — o que como se sabe é diferente de simples tradução — dos verbetes em inglês. E é esta característica que lhe confere mais profundidade de análise e utilidade na tradução e compreensão dos textos latinos.
Uma inovação da lexicografia foi a introdução de entradas com prefixos e sufixos latinos e uma “correcção” importante em termos científicos foi a não inclusão de j e v na grafia latina. Outro aspecto fundamental é a informação etimológica, pormenorizada, prestada de modo bem claro e sério.
O âmbito cronológico dos textos de que se serviu o dicionário é muito alargado: das origens do latim, até 200 d.C.: não inclui autores cristãos2, por isso, é uma obra para classicistas e não para medievalistas.
Outra nota importante: das suas 40.000 entradas, não fazem parte as “amigas do estudante”, como a que encontramos, por exemplo, no dicionário de Gaffiot3 (“luxi, parf. de lugeo et de luceo”). Isto porque o OLD não é um dicionário para principiantes, pelo contrário: os exemplos, muitíssimo abundantes (outra vantagem!) não estão traduzidos, além de que o preço é muito elevado.
Prepara-se, actualmente, mas sem data prevista de saída, a versão electrónica do OLD.
1“magnífico” segundo a origem etimológica (‘nobre, eminente, sumptuoso, magnificente’).
2Os estudiosos dessa época encontrarão no Dictionnaire latin-français des auteurs chrétiens, de Albert Blaise uma ferramenta para o seu trabalho. Teria sido, talvez, incomportável alargar tanto as datas — o dicionário ficaria imensamente grande.
O primeiro fascículo do dicionário saiu apenas em 1968, e os restantes foram saindo a ritmo mais ou menos regular, até estar totalmente pronto. O OLD conheceu vários editores, desde A. Souter (o primeiro), tendo o último sido Peter G. W. Glare. Teve sucessivas reimpressões e em 1996 saiu uma versão com corrigenda. A última reimpressão (a que se encontra actualmente no mercado) é de 2006 e corresponde aos mais elevados padrões de qualidade e clareza gráficas (aliás, o seu aspecto é baseado no monumental Oxford English Dictionary).
O dicionário haveria de se tornar a referência mais fiel, completa e rigorosa para a língua latina, com 2160 páginas e 40.000 entradas organizadas segundo um critério de evolução semântica.
É uma obra inultrapassável que não é só um dicionário de Latim–Inglês. É um dicionário de latim com a explicação — o que como se sabe é diferente de simples tradução — dos verbetes em inglês. E é esta característica que lhe confere mais profundidade de análise e utilidade na tradução e compreensão dos textos latinos.
Uma inovação da lexicografia foi a introdução de entradas com prefixos e sufixos latinos e uma “correcção” importante em termos científicos foi a não inclusão de j e v na grafia latina. Outro aspecto fundamental é a informação etimológica, pormenorizada, prestada de modo bem claro e sério.
O âmbito cronológico dos textos de que se serviu o dicionário é muito alargado: das origens do latim, até 200 d.C.: não inclui autores cristãos2, por isso, é uma obra para classicistas e não para medievalistas.
Outra nota importante: das suas 40.000 entradas, não fazem parte as “amigas do estudante”, como a que encontramos, por exemplo, no dicionário de Gaffiot3 (“luxi, parf. de lugeo et de luceo”). Isto porque o OLD não é um dicionário para principiantes, pelo contrário: os exemplos, muitíssimo abundantes (outra vantagem!) não estão traduzidos, além de que o preço é muito elevado.
Prepara-se, actualmente, mas sem data prevista de saída, a versão electrónica do OLD.
1“magnífico” segundo a origem etimológica (‘nobre, eminente, sumptuoso, magnificente’).
2Os estudiosos dessa época encontrarão no Dictionnaire latin-français des auteurs chrétiens, de Albert Blaise uma ferramenta para o seu trabalho. Teria sido, talvez, incomportável alargar tanto as datas — o dicionário ficaria imensamente grande.
3A última versão deste dicionário tem 70.000 entradas, mas muitas são, precisamente, remissões.
Estudar os Clássicos 1;
Estudar os Clássicos 2.
Estudar os Clássicos 1;
Estudar os Clássicos 2.
1 comentário:
Olá Ricardo e André!
Eu não podería discordar que o dicionário Oxford (Latim-Inglês) é uma obra de qualidade insuperável. Eu adoro a língua latina!
Há tempos também tenho usado um ótimo dicionário online de latim. Lhes mando o link: Latin Dictionary (pelo que eu saiba, por enquanto só éxiste a versão inglês-latim).
Espero que gostem
Beta
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