As Metamorfoses de Ovídio passaram a ser o assunto número um deste blogue. Penso que tal se deve ao facto de Ovídio ser um autor de que se gosta com facilidade; depois, porque, com a publicação da edição da Cotovia, ficaram disponíveis em língua portuguesa duas traduções recentes e filologicamente sérias desta obra. Trata-se de um fenómeno raro em Portugal, este de tradução dos autores clássicos, mas que, que nos últimos anos — e felizmente —, tem sido mais frequente1, muito por mérito dos Livros Cotovia, que merecem todos os meus elogios2.
Porém, com a duplicação de traduções, qual é que devemos escolher? Pessoalmente, não sei, mas tenho a vantagem de ter as duas. É possível, porém, reflectir sobre elas. A comparação é difícil por diversos motivos, começando no facto de se eu fizer uma comparação exaustiva, teria de escrever uma tese de doutoramento, cheia de notas filológicas e literárias. Por isso, escolhi fazer uma breve comparação, pegando em pequenos excertos, e sobre eles fazendo comentários.
Antes de entrar nesse confronto, é importante recordar as características dos dois volumes, as qualidades e defeitos (que muitas vezes não são da responsabilidade dos tradutores!).
Porém, com a duplicação de traduções, qual é que devemos escolher? Pessoalmente, não sei, mas tenho a vantagem de ter as duas. É possível, porém, reflectir sobre elas. A comparação é difícil por diversos motivos, começando no facto de se eu fizer uma comparação exaustiva, teria de escrever uma tese de doutoramento, cheia de notas filológicas e literárias. Por isso, escolhi fazer uma breve comparação, pegando em pequenos excertos, e sobre eles fazendo comentários.
Antes de entrar nesse confronto, é importante recordar as características dos dois volumes, as qualidades e defeitos (que muitas vezes não são da responsabilidade dos tradutores!).
Vega | Cotovia |
1) Dois volumes, capa mole. 2) Badanas com informações erradas: Linha 2: Sâmnio por Solmona Linha 5: “declamação” – a retórica dos sofistas por oratória Linha 20: 9 a.C. por 8 d.C.; 3) Boa introdução, com dados importantes. 4) Notas em rodapé. 5) Subtítulos no corpo do texto. 6) Sem índice de mitos, mas há que ter em conta que este pode vir a ser introduzido no segundo volume. Como está, é difícil de localizar os mitos na obra. 7) Edição bilíngue. | 1) Um grande volume de 443 páginas; capa dura, fita marcadora, sobrecapa. 2) Mapas que localizam os “principais elementos geográficos citados”. 3) Introdução muito completa; fornece linhas de leitura. 4) Notas em rodapé. 5) Guia de leitura no canto superior da página, sem interferir no texto. 6) Índice remissivo de mitos e glossário no fim. Facilita incondicionalmente a localização dos mitos na obra. 7) A tradução segue fielmente a edição de R. J. Tarrant. |
1 Penso que Ovídio é, nesse sentido, um dos autores com mais “sorte”, pois, como lembrei antes, existem em (bom e fiel) português as obras Arte de Amar e Amores, vertidos pelo Professor Carlos Ascenso André, da Faculdade de Letras de Coimbra.
2 Já agora, atrevo-me a pedir ao meu colega André que acabe as traduções dos carmes de Catulo para os submeter a esta editora, pois a qualidade do trabalho que o tradutor está a fazer merecem essa distinção.
2 Já agora, atrevo-me a pedir ao meu colega André que acabe as traduções dos carmes de Catulo para os submeter a esta editora, pois a qualidade do trabalho que o tradutor está a fazer merecem essa distinção.
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