quinta-feira, dezembro 18, 2008

O Império Bizantino

Diz-se que o Império Bizantino foi constituído quando a cidade de Constantinopla, a Nova Roma, foi fundada em 324 d. C., e que terá terminado quando a mesma foi tomada pelos turcos otomanos em 1453.
O império Bizantino tem portanto uma duração de treze séculos e divide-se em pelo menos três grandes períodos: Inicial, Médio e Tardio.
O Período Inicial prolongou-se até ao século VII, ou seja, até à ascensão do Islão e à instalação definitiva dos árabes, ao longo da costa sul e este do Mediterrâneo, durante o reinado de Heraclio, o Grande. De acordo com Miguel Pselo (escritor bizantino), Heraclio encontra-se pela primeira com Mohammed, chefe tribal dos sarracenos, no regresso da sua bem sucedida expedição contra os persas. Mohammed viera de Yathrib e pede-lhe autorização para fundar uma colónia, ao que Heraclio acede, mais tarde o Mohammed organizará um primeiro exército, fará uma primeira incursão à Síria e depois começará a devastar território romano.
O Período Médio dura até à ocupação da Ásia Menor pelos turcos, nos anos de 1070 ou, menos provavelmente, até à tomada de Constantinopla pelos cruzados, em 1204.
O Período Tardio é o tempo que medeia a partir de um destes términos até 1453.
Na realidade e como é evidente, como afirma Cyril Mango, “o império Bizantino nunca existiu. Existiu sim um Estado Romano que tinha por centro Constantinopla. Os seus habitantes apelidavam-se Romaioi, ou simplesmente cristãos”. Um homem era referido como byzantios apenas se fosse oriundo de Constantinopla. Os europeus ocidentais, os bizantinos eram conhecidos como Graeci, uma vez que romanos assumia uma conotação completamente diferente.
O termo Byzantinus para referir o Império e os seus habitantes só começa a ser utilizado no Renascimento.
O Período Inicial é, de longe, o mais importante, uma vez que é aquele que pertence à Antiguidade e que geograficamente engloba bacia mediterrânica. O Império Romano ainda se estendia de Gibraltar ao Eufrates, enfrentando o seu inimigo de sempre, a Pérsia sassânida.
Também a nível cultural o período inicial se destaca dos restantes. É nesta época que o cristianismo é integrado na tradição greco-romana, que se define o dogma cristão, estabelecendo as estruturas da vida cristã e que se procedeu à criação de uma literatura e arte cristãs.
É difícil avaliar a ruptura ocorrida no séc. VII, a começar pela invasão persa no início do século e a culminar na expansão árabe, cerca de trinta anos mais tarde. Uma série de infortúnios veio privar o império das suas províncias mais prósperas – a Síria, o Egipto, a Palestina e, mais tarde, o Norte de África.
Este colapso marca o fim da civilização urbana da Antiguidade. A catástrofe que foi o séc. VII tornou-se o acontecimento central da história bizantina.
Da mesma forma que para a Europa Ocidental a imagem da Roma Imperial domina toda a sua Idade Média, também a sombra do império cristão de Constantino, Teodósio e Justiniano permanece para o Império Bizantino como paradigma a atingir mas que, pressentia-se, seria sempre inalcançável.
Embora o mundo do Islão tivesse recebido a herança de Roma e também da Pérsia e, reunindo um vasto mercado comum que se estendia desde Espanha até aos confins da Índia, tivesse produzido uma civilização urbana dotada de uma vitalidade extraordinária, ainda assim, o Império Bizantino, apesar de excluído das maiores rotas de comércio internacional, e constantemente hostilizado pelos seus inimigos, foi capaz de mostrar uma grande dinâmica e ir recuperando alguns territórios perdidos.
A influência bizantina, pautada por alguma actividade missionária, irradiou até à Morávia e ao Báltico. Esta é a resenha do período médio bizantino.
A partir de 1180 (Período Tardio), o Império Bizantino começou a desmoronar-se a todos os níveis.
O contexto geográfico do império sofreu sempre constantes mutações. Importa sublinhar com veemência que nunca existiu tal coisa como uma “nação bizantina”.
À primeira vista, o conjunto de material escrito que nos foi legado por Bizâncio parece considerável mas a primeira coisa com que nos deparamos é a ausência de registos documentais e arquivísticos.
Possuímos, igualmente, uma quantidade pequena de papiro referente a Ravena, que era uma parte do Império mais marginal. Quanto ao restante resume-se a alguns arquivos monásticos pertencentes, na sua maioria, ao monte Atos e ao sul de Itália, e outros dois ou três à Ásia Menor. Isto significa que não é possível construir uma história significativa da economia do Império.
O material que temos à nossa disposição poderá ser considerado, na sua maioria, literário, na medida em que foi preservado em livros manuscritos. Apenas o material da Grécia perfaz cerca de cinquenta mil manuscritos que ainda permanecem em várias bibliotecas, remontando cerca de metade desse número à época medieval. Estes textos apresentam, estranhamente, uma qualidade opaca e, quanto mais elegante o seu registo, mais opacos se tornam. E se considerarmos o enorme volume de literatura bizantina no seu todo, chegaremos à conclusão que a realidade está distorcida.

Bibliografia: Mango, Cyril, Bizâncio, O Império da Nova Roma, Edições 70, Lisboa, 2008.
Kazhdan et alii (eds.), The Oxford Dictionary of Byzantium, Vol. I, Oxford University Press, New York, 1991.

2 comentários:

Anónimo disse...

Era isso mesmo q eu queria saber obrigado

Anónimo disse...

Eu queria saber das culturas bizantinas nao essa babozera q vc coloco ai , palhaçada hein ?