«Tem medo de que esse livro que está em poder das suas filhas seja publicado, um dia?
Não. Eu já cá não estou, não é? Medo não. Porque eu hei-de ser avaliado pelo melhor que fiz e não pelo pior. Sabe, nós agora estamos a comemorar o bimilenário do exílio de Ovídio. Ele dizia que a obra dele ia vencer o tempo, o fogo e o ferro. E venceu. Ele só fez coisas extraordinárias. Eu tento traduzir os poetas latinos. O meu latim é mau mas lá ponho o indicador no substantivo, o mindinho no verbo e tal.
Ainda continua a fazer esse exercício, hoje?
Sim. Para aprender a escrever.»
3 comentários:
Um grande senhor!
E uma sugestão para o clube das Clássicas.
Quem sabe? Ele é amigo de uma pessoa do departamento ;)
Nada contra o latim, mas essa passagem de Borges(como outras dele..) é extremamente infeliz, mostra um desprezo pelas línguas índigenas digno do pior ignorante-e até hoje na Argentina há regiões em que falantes de línguas indígenas são discriminados pelos que falam espanhol. Enfim, péssima escolha esse excerto.
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